A situação aconteceu há anos. Infelizmente foi há anos.
Numa loja de papelaria do centro da cidade, em que o balcão
rivalizava na idade com quem nos atendia, esperávamos três que um quarto
fizesse as suas compras.
De súbito tocou o telefone. Na época não existiam telemóveis
e os telefones possuíam uma campainha estridente para que o seu toque fosse bem
ouvido.
Quem atendia ignorou o sucedido, continuando a trazer os
artigos que o cliente pedira.
E o telefone continuava a tocar. Estridentemente, reclamando
por atenção.
Um dos que, como eu, aguardavam vez, alertou o caixeiro para
o facto e a resposta deixou-nos boquiabertos:
“Eu sei. É, provavelmente, um cliente a querer deixar a
lista de compras sem ter que estar aqui à espera, como os senhores. Mas aqui eu
atendo por ordem de chegada. É depois daquele cavalheiro.”
O que eu lamento que esta loja já tenha fechado!
E que o seu exemplo não seja seguido!
Faz-me sair do sério ser preterido num qualquer atendimento
só porque um telefone, móvel ou não, toca. Ou chega uma mensagem. Ou alguém se
aproxima e interrompe porque entende ter qualquer prioridade não
institucionalizada.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário