quinta-feira, 3 de março de 2022

Liberdade




Foram banidos do acesso público no ocidente alguns canais internacionais emitidos pela federação russa.

Ao que sei, não continham nada que uns dias antes não pudesse ser visto por crianças ou avózinhas, como incitamento à violência ou ódios raciais e quejandos, pornografia ou equivalentes.

A decisão foi meramente política, inserida num contexto de confronto bélico não armado: impedir que a propaganda do adversário pudesse chegar aos cidadãos do lado bom da guerra na Ucrânia.

Isto tem um nome feio, que muito foi usado há quase meio século, em Portugal: censura. Pura e dura censura. Por outras palavras, querem que só possamos ver aquilo que seja “politicamente correcto”, de acordo com as opiniões do poder instituído, impedindo-nos de conhecer outras “verdades” e pensarmos autonomamente.

Tenho muita dificuldade em aceitar tal intervenção política. Talvez porque vivi em tempos de censura. Tal como não me agrada nada ver a classe jornalística bem calada e acomodada a este acto censório.

O conceito de “liberdade de informar e ser informado”, definidos na nossa constituição, cai por terra, qual castelo de cartas, e sem protesto dos directos intervenientes.

Eu sei que está a decorrer uma guerra em que, queiramos ou não, Portugal está engajado. E virá a estar mais ainda, se não estou enganado. Tal como sei que “em tempo de guerra não se limpam armas” e que “vale tudo, mesmo tirar olhos”.

Mas estou em crer que, mais eficaz que a censura pura e dura, melhor seria desconstruir os argumentos apresentados pelo “inimigo”, deixando cada um pensar por si, no lugar de o impedir de pensar de todo e condicionar os cidadãos ao “pensamento único”.

Não me agrada de todo o que está a acontecer, e como está a acontecer, na Ucrânia. Mas a postura do mundo ocidental, dito livre, nunca se poderá gabar deste acto!


By me

1 comentário:

Bap disse...

Tens carradas de razão!A propaganda chegou a niveis insuportáveis assim como o ódio e a apologia da guerra,estamos a assistir ao fim das democracias ocidentais.abraços do Zé