terça-feira, 14 de novembro de 2017

Na paragem



Atrás do carro vinha um autocarro.
Mas nem isso, nem a buzinadela que este deu, nem o ele ter ficado a seu lado na avenida a tapar o trânsito fez demover a dondoca que, mal se imobilizou, se agarrou sofregamente ao telemóvel.
Nem mesmo a palmada na chapa que um passageiro deu ao sair do autocarro fez com que ela reagisse.
Ainda levantou os olhos quando fiz a fotografia, mas rapidamente regressou ao ecrã, que talvez tivesse chegado uma resposta ao que estava a enviar.

Quando oiço conhecidos e desconhecidos falarem em “caça à multa” por parte da PSP ou GNR, penso que isso não existe.
Que se acontecesse, casos como estes seriam registados e coimados às dezenas por dia por todo o país.

Resta-me a esperança (a vingança é um mau sentimento, eu sei) que um dia esta mesma senhora tenha sérias dificuldades em caminhar e subir ou descer de um autocarro. E sentir na pele o que é não estar em segurança ou tranquilidade em relação aos automóveis, mesmo nos espaços reservados aos peões.

By me

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