sábado, 16 de julho de 2016

ISTO NÃO É PUBLICIDADE!



Melhor dizendo, isto é publicidade mas não àquilo que pensam.

Esta imagem digital, construída a partir de uma fotografia, faz parte de uma campanha publicitária de uma conhecida marca de sumos e refrigerantes. E o produto anunciado neste caso, é algo que já consumo faz tempo: um sumo de tomate logo pela manhã. Ainda em jejum, com uma pitada de sal, faz acordar um morto, ou semelhante, e em estando bem fresquinho espanta para bem longe os calores estivais.
A fotografia do modelo está aqui truncada: no site do produto anunciado existe esta e mais duas, com poses equivalentes, sendo que uma delas está no chamado “plano americano”. Sempre brincando com uma câmara fotográfica.
Em boa verdade, este modelo pouco deve usar câmaras destas, já que segurar uma câmara com os dedos daquele modo… cedo ou tarde vem parar ao chão. Mas não é algo que me preocupe: afinal, de um modelo espera-se que saiba estará frente da câmara, não atrás.
O que é realmente interessante é a câmara por si mesma. Foram buscar uma que evocasse a nostalgia do antigamente, a simplicidade da operação, uma ligação subtil entre a marca e o termo “vintage”, a jovialidade implícita no seu uso e no produto anunciado… Os publicitários não brincam e foram buscar, para além da ideia, o que de melhor encontraram para a concretizar.
E apesar do tratamento posterior dado à fotografia do cartaz, não executado nas imagens on-line, um conhecedor não se engana e ainda vai constatar algumas evidências que “escaparam”.
Não foram buscar uma Nikon, um clássico das câmaras SRL, capaz de ir à guerra e voltar. Não foram buscar uma Minolta, associada à sensualidade através de, entre outros, o trabalho de David Hamilton. Também não foram buscar uma Leica, ícone em qualquer lado, mas nada consentânea com a juventude e baixos preços. Foram buscar uma Pentax, caramba. Uma marca que combina tudo o atrás descrito com um design muito seu e uma fidelidade a toda a prova.
No caso específico, trata-se do modelo MG, vantagem acrescida no caso, já que se trata de um modelo apenas com exposição automática, coisa não muito comum à época mas simbólico hoje pela simplicidade na operação.

Nunca quis eu ter uma. Sempre gostei de ser eu a decidir todos os parâmetros de focagem e exposição, pelo que este modelo nunca me atraiu.
Mas não deixa de ser uma Pentax, marca hoje menosprezada por “fotógrafos” e comerciantes mas que os conhecedores não olham de lado.

Nem os anunciantes, como se constata.

By me 

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