segunda-feira, 25 de julho de 2016

Fábrica de bolos



Se a memória me não atraiçoa, esta porta agora com este vidro não era assim: Era de ferro por inteiro, pintada de verde escuro.
No entanto, e devo confessá-lo, não me recordo dela fechada. Nem de dia.
Recorria ao que aqui está anunciado, e que acontece na cave, ao fundo de uma escada estreita e, então, mal iluminada, já a porta estava aberta e a fila de gente prolongava-se pelos degraus e pela frontaria do prédio.
No fundo da escada um postigo numa porta era onde fazíamos o pedido e onde o recebíamos, das mãos do ou da padeira de serviço.
Porque se trata ou tratava de uma padaria e a frequentávamos a deshoras, quando éramos corridos de bares ou cervejarias.
Não sei se ainda hoje terá a mesma frequência. As asaes destes tempos modernos talvez se indignem com estas coisas.
Mas a expressão dita na rua e no escuro “Então e agora?” logo seguida de “Vamos aos bolos” e zarparmos no carro de um, ou mesmo a pé, é algo que ficou gravado a bolos quentes na memória.
 Alguém a partilha?

By me 

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