sexta-feira, 1 de agosto de 2025

A primeira




Esta foi a primeira DSLR Pentax que tive. E, ao que sei, foi o primeiro modelo deste género a ser vendido em Portugal, apesar de a marca ter modelos anteriores.

Teve esta câmara alguns episódios insólitos, começando por o vendedor da loja onde mais tarde a comprei ter-me chamado de “estúpido”. Ele até poderia ter razão na nossa divergência de opiniões e terminologias (e não tinha), mas não é forma de tratar um potencial cliente.

Não lhe respondi no momento, mas tratei de falar com o gerente da loja, contando-lhe o sucedido. E afiancei-lhe que, em voltando ali eu e o encontrando, não faria ali negócio, nem que tivesse que ir a Espanha. Nunca mais o vi.

Depois disto teve alguns problemas, alguns resolvidos outros ainda não, que mais tarde adquiri outro modelo melhor e mais fiável a vários níveis. E mais alguns depois disso.

Apesar de não estar 100% funcional não a substituirei, que lhe ganhei estima. Afinal, nada como o primeiro afecto. Ou câmara.

 

Pentax K1 mkII, Pentax-M macro 100mm 1:4


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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Energias




De acordo com a noticia hoje publicada, esta é uma fotografia do maior relâmpago de que há registo.

Terá ocorrido em 2017, nos EUA e tem uma extensão de 829 (oitocentos e vinte e nove) quilómetros.

Do meu ponto de vista, um desperdício de energia. Não aproveitou a ninguém.

A nós, tugas, bastava uma muito pequena parte disto para materializar a velha frase “um raio que os parta” sobre alguns figurões do nosso panorama político.

Será que se pedirmos com delicadeza eles nos mandam um pouco ou teremos que pagar fortes tarifas energéticas?


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quarta-feira, 30 de julho de 2025

Sorte




O que é normal acontecer é não estarmos em casa quando a sorte nos bate à porta. Desta vez estava.

Numa feira de rua, mensal naquele local, havia eu combinado com um feirante habitual o comprar-lhe uma peça e o combinado era eu ir ter com ele na feira do mês passado.

Acontece que nesse dia fazia um calor dos diabos e preferi ficar em casa, adiando o feirar para o mês seguinte. Foi este domingo.

O homem, sabendo o comprador garantido, tinha o que eu queria num canto da carrinha e foi buscar num momento de pausa de negócio.

No entanto, e apesar de ter ficado bem satisfeito com o que ele me havia guardado (que há muito procurava, ainda que não com muito afinco), os meus olhos prenderam-se nisto, quais os de uma criança perante um bolo de creme (a sequência do bolo de creme no filme “Era uma vez na américa” é deliciosa). E devem ter brilhado como faróis de nevoeiro quando me falou no preço: 35€, uma obscenidade de barato.

Trata-se de um flash meter de 1968 completo como se vê, no respectivo estojo e, para além da pilha que aqui se vê, tem outra dentro do aparelho. Que trabalha bem certinho, verifiquei eu em casa.

O aparelho de per si já é peça incomum de encontrar. No geral e em Portugal em particular, já que por cá poucos seriam os que os teriam e lhes dariam uso. Completo como está, em bom estado funcional e estético, com pilha de reserva (já não se fabricam e há que improvisar) e, ainda por cima com o estojo de origem e com o respectivo manual de utilizador...

O único senão é o manual estar em alemão e eu não o saber ler. Com o acréscimo de o funcionamento não ser tão intuitivo quanto isso, principalmente estando nós habituados aos sistemas actuais. Mas não só acabei por dar com a coisa como, depois de muito procurar, dei com uma versão em inglês na web.

Não sou colecionador de aparelhos de medida de luz. Acho-lhes graça, não apenas às soluções encontradas para o efeito como ao seu aspecto, em que se procurava aliar forma com função. Alguns são verdadeiras peças de arte.

Tenho alguns, que se vendem absurdamente barato os mais antigos, muitos dos quais, e pela tecnologia usada, já não funcionam. Este, apesar de ser um matacão e ter limitações, será uma peça de destaque entre os que aqui tenho.

Tão cedo não terei uma oportunidade como esta: a sorte bater-me à porta e eu estar em casa.

 

Pentax K7, SMC Pentax 50mm 1:1,2


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segunda-feira, 28 de julho de 2025

sábado, 26 de julho de 2025

Limitações e soluções




O formato fotográfico alargado na horizontal sempre atraiu parte da comunidade fotográfica.

Quer fosse porque o assunto principal fosse assumidamente horizontal e o que mais houvesse na vertical fosse mais “lixo” que componente do que se queria mostrar, quer fosse para quebrar as normas estéticas das proporções, quer fosse para aproximar a fotografia da forma de ver humana... sempre houve quem por aí caminhasse.

Mas um problema se levantou sempre: a compatibilidade dos formatos apresentados pelos fabricantes de película com a vontade desses fotógrafos.

Foram várias as abordagens técnicas de fabricantes para os satisfazer.

Desde a janela da película mais larga e a utilização de objectivas que tivessem um ângulo de cobertura compatível até às câmaras cuja objectiva “varria” o ângulo desejado, rodando em torno do seu eixo ótico, passando pela opção de fazer mais que uma imagem e justapo-las no resultado final.

A Pentax, tal como outras marcas, também tentou a vertente panorâmica, mas do modo mais acessível ao público em geral, tanto no criar uma câmara que que respondia ao habitual mas também às imagens panorâmicas.

No lugar de tentar aproveitar mais película ou criar um mecanismo mais complexo, introduziu uma alteração da janela do negativo. A largura manteve-se no convencional mas aproveitava menos na vertical. Bastava rodar um botão.

Sistema inteligente, de baixo custo, e que permitia o utilizador escolher um ou outro formato sem entrar em maiores despesas de câmara ou objectiva, e tudo no mesmo rolo fotográfico.

A Pentax MZ-5 é disso exemplo, produzida em finais dos anos ’90, pouco antes da popularização dos sistemas digitais.

Claro que as limitações impostas pelos fabricantes de papeis fotográficos e mesmo dos monitores digitais continuam a vigorar, dificultando um pouco quem produzir ou criar imagens a seu gosto, mas isso é outro capítulo na história da industrialização e normalização dos processos criativos.

 

Pentax K1 MKII, SMC Pentax-M macro 100mm 1:4


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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Posfácio

 


 

Pentax K7, Tokina AT-X 400mm 1:5,6


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terça-feira, 22 de julho de 2025

E se há cinzeiros nas entradas de alguns espaços....




Parece que estão à espera de autorização de uma entidade oficial para instalarem um inibidor de sinal de telemovel numa prisão portuguesa.

Não só faz sentido este tipo de equipamento em tal local como me questiono sobre o porquê de isso não estar instalado e a funcionar há muito tempo.

E, a tal respeito, acrescento que, com as devidas cautelas, avisos e legislações, estes inibidores deveriam ser acessíveis a entidades particulares e não exclusivas a penitenciárias e semelhantes.

Do meu ponto de vista, estabelecimentos de restauração poderiam tê-los instalados no seu interior. E explico o porquê:

Poucas coisas há mais irritantes que ter que ouvir as conversas telefónicas da mesa do lado ou do fundo durante um repasto. Já bem basta as não telefónicas, em que o riso, as discussões, as conversas cruzadas e equivalentes surgem como poluidores sonoros à nossa refeição.

A tranquilidade da partilha que é um almoço ou jantar em torno de uma mesa comum deveria ser sagrada e não ser permitido que os demais se intrometam ou estraguem.

E muitas foram as vezes em que tive vontade de ir questionar quem assim grita sobre se sabe que “telefonar” significa “falar à distância”, não sendo necessário gritar para que funcione.

Esta tranquilidade gastronómica seria muito mais fácil de implementar recorrendo a tecnologia que a educação, coisa que é sabido faltar um bom pedaço neste país.

 

Nota adicional: E se os aparelhos na imagem são antigos e desactualizados, já a minha opinião também é antiga mas cada vez mais actual.


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domingo, 20 de julho de 2025

Em linha




Sobre a brita que segura as chulipas que fixam os carris, numa estação de caminho-de-ferro, um chinelo.
É o chamado “dois-em-um”, já que satisfaz dois “projectos” que faz tempo não alimento: Objectos caídos na linha e sapatos abandonados.
Rapei da câmara e tratei de encontrar solução com a 50mm. Sem me deitar no cais para a proximidade, nem me afastar demasiado para a contextualização.
Foi o que consegui fazer.
Interessante foi o comentário de um de dois rapazolas que ali estavam, como eu, à espera do comboio: “Olha uma Pentax!”
O meu espírito curioso, o ser fã das Pentax e o não ter mais nada que fazer levou-me a meter conversa:
“Também tens uma Pentax?”
“Não, mas gosto delas.”, foi a resposta.
Fiquei por saber porque é um adolescente que não tem uma câmara de uma marca gosta da marca. Moda? Tem alguém na família possuidora de uma? Afirmação gratuita, só para não ficar calado?
Mas ele não se ficou por ali e perguntou-me que tipo de fotografia fazia eu. “De quase tudo, menos eventos, que não tenho paciência. Desde que me atraia o olhar…”
“E o que o levou a fotografar a linha, assim do quase nada?”
Bem! É rapazola mas tem algum interesse na matéria, falei para os meus botões. E chamei-o ao local, três passos apenas.
“Repara a quantidade de coisas variadas que as pessoas deixam cair na linha. Há sempre algo divertido e surpreendente no que aqui se encontra. E pensa no que terá passado a possuidora deste chinelo, que talvez o tenha deixado cair para ali ao subir para a carruagem e ficou com um pé descalço o resto do tempo. Há sempre um montão de coisas interessantes que podemos pensar ou concluir do que encontramos por aí. É uma questão de estarmos com os olhos e alma aberta.”
Sorriu, olhou para um lado e para outro, perscrutando a linha e o que lá estava caído, e rematou:
“O bicho-homem sempre me surpreenderá.”
Creio que tem potencial para ir bem longe, este adolescente.
O chinelo? Ficou lá, para que outro se surpreenda também.

Pentax K7, SMC Pentax 50mm 1:1,2

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Liberdade




Há um quarto de século publicava eu isto:

“Seja qual forma como tentemos abordar o tema, a verdade é que estamos sempre e eternamente presos.
Confinados a uma cela ou na superfície do planeta, com horários, cartões identificativos e códigos de conduta.
A qualidade da prisão é que varia. Alguns vêem no abrir da fechadura a sua liberdade, outros no vencer a atracção terrestre. Uma chave uns, asas outros. Há quem vá mais longe e não possua relógio ou recuse o bilhete de identidade.
Mas depois de cada fronteira, depois de cada quebrar de grilhetas, apenas constatamos que continuamos presos. Por outras grades, por outros conceitos, por outras obrigações.
Quando, há uns anos largos, conversava com um Argentino, logo a seguir à guerra das Malvinas ou Faulkland, dizia-me ele: “Nós? Somos livres! Podemos sair à noite e tudo!”
Ou ainda aquele outro jovem que dizia: “Esta semana estou livre. Os meus pais vão de férias para fora.”
Mas a liberdade não é um estado legal ou material. É um estado de espírito!
O exercício da liberdade começa, antes de mais, dentro de nós. Por aceitarmos ou não por limite o que nos impõem. O deixarmos ou não a nossa mente vogar e decidir o que fazemos. O termos ou não uma verdadeira consciência de nós mesmos e do que nos cerca.
A nossa verdadeira prisão somos nós próprios, na nossa condição de seres humanos de carne, osso e sangue. Pensantes e conscientes.
Quando formos capazes de saber e não apenas dizer, “eu posso”, com toda a plenitude do que isso significa, então seremos realmente livres.
Até lá, enquanto nos sentimos limitados por um planeta, regulamentos ou grades, mais não seremos que sempre prisioneiros daquilo que os nossos sentidos nos transmitem.
E tanto assim é que somos obrigados a comunicar codificando e descodificando estas letras e imagens, presos que estamos a estas convenções.”

Na altura recebi este comentário de uma leitura assídua:

“aki ha uns anos axava k seria livre no dia em k ganhasse a minha independencia...e k isso iria akntcer kd fizesse 18 anos e entrasse finalmente para a faculdade...
hmmmm....
19 anos....prestes a entrar ja no 2º ano de faculdade....
liberdade? onde é k ela está?
agora pergunto-me (ja com um bocadinho mais de consciencia do mundo e do país onde vivo) se algum dia knseguirei alcançar essa tao ambicionada liberdade...
mas será que sei realmente o que é ser livre?
alguma vez vou saber...?”


Espero, sinceramente, que ela tenha descoberto o que é liberdade de ser e de pensar. E que o seja!


By me

sábado, 19 de julho de 2025

Brincando


 


Brincando com o tempo e a luz.

 

Pentax K1 mkII, SMC Pentax –M macro 100mm 1:4


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