domingo, 19 de janeiro de 2020

Velho como eu




A objectiva que se pode ver na imagem não é artigo fácil de encontrar.
Trata-se de uma Takumar Asahi 135mm f/3,5.
Torna-a invulgar de encontrar o facto de não ser uma “super takumar”, de ser montagem m42, o não ser SMC e o ser uma focal longa e o não uma teleobjectiva (não vou aqui explicar as diferenças).
O seu preço no e-bay ronda os 40 dólares, o que a coloca na fasquia inferior a nível de preços.
O que a torna mesmo rara de encontrar são dois outros factores.
Por um lado os ter dois aneis de comando de diafragma. Bem na frente da objectiva. Um deles, o prateado, marca a abertura que queremos usar; o segundo, preto, faz com que, estando rodado totalmente para um lado, o diafragma se mantenha sempre na sua máxima abertura, para efeitos de enquadramento e focagem, e, rodado para o lado oposto até ao limite possível, ficarmos com a abertura que seleccionámos. Pouco prático para trabalhar, diremos nós hoje. Mas numa época em que as objectivas eram totalmente manuais, este era um avanço notável.
Por outro lado, o que a torna absolutamente improvável de encontrar, o facto de ter sido fabricada no mês e no ano em que nasci.
Foi comprada numa loja de artigos em segunda mão pela módica quantia de 20 euros, sem que eu soubesse do detalhe da data. Visto tratar-se de montagem M42, tive que comprar o respectivo anel de adaptação, que me custou exactamente o dobro da objectiva.
Está em perfeito estado de conservação, tanto estético quanto funcional, o que a torna um belo objecto de colecção considerando que tem mais de meio século de idade.
A melhor semelhança entre ela e o seu actual dono é que está mais “perra” no anel de focagem que eu, mas para lá caminho.
As duas imagens abaixo foram feitas da seguinte forma: a da direita com a Takumar, a da esquerda com uma Tamron 18-200, ajustado em 135mm, ambas com diafragma 8,5. Na velhinha tive que acrescentar um anel de extensão, visto que a sua distância mínima de foco é de dois metros.

Tenho diversas peças de outros tempos, que faço questão de estarem funcionais, se bem que não seja possível fazê-lo com todas. E gosto de, volta e meia, dar-lhes uso.
Esta é, pela certa, uma daquelas de que nunca me separarei.


Nota adicional: para fotografar a objectiva usei uma Tamron SP2 90mm f/2,5 e para as três imagens foi usada uma Pentax K7.


By me

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