segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Mistérios inter-municipais




Haverá sempre algo que me surpreenda nesta coisa de prestar atenção às tampas que encontramos colocadas no chão.
Sabemos serem de tamanhos padronizado, o que faz sentido se pensarmos no preço de custo e facilidade de acessos e manutenção. No entanto, e quem andar com os olhos postos no chão, aperceber-se-á que algumas de acesso a esgotos têm uns bons vinte centímetros de diâmetro que a maioria. Suponho que se tratem de condutas especiais, aplicadas a locais de grandes caudais, pluviais ou domésticos. Esta é standard no seu tamanho.
Por outro lado, uma grande maioria contem indicações codificadas quanto à sua capacidade se suportar peso. 12, 25, 40 toneladas é o habitual de encontrar. Suponho que isso será algum tipo de obrigatoriedade para que se saiba em que locais se poderão usar em função do que se espera que lhes passe por cima. Esta, pese embora estar datada apenas de 1998, nada mostra.
Também é comum encontrar a indicação do fabricante ou fundição. Eu diria que um pouco mais de metade das que vou encontrando têm essa referência. Esta terá sido fabricada pela Fundição Dois Portos e ostenta o respectivo logotipo. O que acaba por ter graça é o facto de na zona onde resido encontrar muitas da mesma fundição que, no lugar do nome e logotipo, apenas nos mostra as iniciais: FDP. Isso já deu azo a piadas e chistes.
Igualmente comum é ter inscrito o nome do seu proprietário, regra geral um município e/ou organismo. Definição de propriedade ou promotor da obra, calculo eu.
O que torna esta tampa verdadeiramente excepcional é ter ela inscrita a sigla SMASVFX, referindo-se ao município de Vila Franca de Xira e vir a encontrá-la no município da Amadora. Que nem sequer são contíguos. Mistérios de negócios e relações inter-municipais que se me escapam.



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