Quem cirandar pela cidade verá, se estiver com os olhos
abertos, inúmeros escritos nas paredes.
Alguns foram elevados à categoria de arte, passando da
clandestinidade a trabalhos encomendados, não sei se bem pagos.
Outros não passam de tags, afirmações territoriais ou
grupais, as mais das vezes juvenis. Clandestinos ou ilegais, possuem códigos de
conduta que passam, as mais das vezes, por não se sobrepor a outros já
existentes.
Outros ainda são de cariz político ou social. Mais
elaborados ou mais simples, com desenhos ou simples frases, são as mais das
vezes protestos contra imposições ou condicionantes governamentais. Alguns
nomeiam alguém, passando pelo insulto ou votos pouco simpáticos.
Tal como existem aqueles que serão incentivos a comportamentos político-sociais, como eleições ou
manifestações. A favor ou contra, explícitos ou implícitos, há de tudo.
Aquilo que é menos habitual de ver são inscrições como esta:
de afectos.
Bem sei que o amor é algo privado. Mas é algo que, sendo-o,
apetece gritar ao mundo.
Talvez que se houvesse mais grafittis de afectos no lugar de
protesto ou competição, o mundo fosse melhor.
Nota adicional: este muro ainda existe, num recando esconso
em Lisboa. O tempo ou uma camada de tinta terão apagado a inscrição. Espero que
não o expresso.
By me
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