Na coleção de livros de banda desenhada do Luky Luke, existe
um título que não me tem saído da cabeça nos últimos tempos.
Trata-se do “Corrida para Oklahoma”.
Relata-nos a abertura de um território à colonização e o que
aconteceu com os primeiros colonos. E, para além da corrida propriamente dita,
a história acontece numa das primeiras cidades construídas então, Boomville,
caótica e sem regras.
É então sugerido que se realizem eleições para a autarquia,
nomeadamente para presidente da câmara. Os candidatos são mais que muitos,
animados das mais variadas intenções, nem todas as mais honestas.
De entre os candidatos salienta-se Dopey, o “bobo da aldeia”,
um semi-idiota, ingénuo mas honesto, de quem todos faziam chacota. No aceso da
campanha eleitoral, havia quem afirmasse preferir votar nele que em qualquer
outro, face às trafulhices entretanto se iam descobrindo.
O ponto alto da “aventura política” é ter sido ele, o
idiota, a ganhar, apesar de todos dizerem que haviam votado nele só pela graça.
De algum modo encontro semelhanças entre isto e o que por cá
vai acontecendo, com uma certa formação política que, mais que aparentar alguma
ingenuidade nos seus programas apresentados a público, está a ganhar popularidade
entre os cidadãos.
Claro que ignoram o que esse partido pretende quanto a
questões importantes, como saúde, justiça, educação e, claro, como obter os
meios materiais para tal. Divulgam apenas o que aparenta colher simpatias e o
restante fica escondido nos textos que não divulgam ou nas meias palavras que
proferem. Mas é assustador, comparado com o que outras formações políticas propõem.
Sugiro que leiam mesmo, até nas entrelinhas, o projeto de
sociedade apresentado ou defendido pelo PAN, para além dos que a cães e gatos
diz respeito. Até porque corre-se o risco de, nem que seja por piada, conseguir
eleger mais deputados do que se poderia imaginar.
Na imagem: uma das cidades cogumelo criadas aquando da
corrida para os terrenos virgens, no Oclahoma. Roubei-a da net e, por mais que
procure, não consegui saber o autor.
By me
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