Publiquei ontem
uma fotografia e respectivo texto.
Nela mostrava um
automóvel parado mesmo em frente a uma paragem de autocarro numa concorrida
avenida e nele descrevia as circunstâncias em que tinha parado e a indiferença
de quem o conduzia perante o autocarro que chegou e os passageiros que
desembarcaram.
E publiquei isto
em diversos espaços da internete, blogs e redes sociais.
Pois houve, de
entre os diversos comentários que foram apostos, quem protestasse contra o
facto de a matrícula da viatura estar bem nítida e me aconselhasse a omiti-la
ou disfarça-la. Recordando-me, nos entretantos, que é ilegal a publicação de
matrículas de automóveis.
Se o post original
evidenciava o desprezo com que tantos automobilistas tratam os peões e as
regras que os protegem, estes comentários apenas vieram reforçar a ideia
original.
Que não observaram
estas pessoas o que quer que fosse sobre as centenas de milhar de fotografias
publicadas diariamente contendo imagens de pessoas, anónimas ou não. Figuras públicas
ou meros transeuntes, captados ao abrigo da actual moda fotográfica “street
photography”.
Pessoas que estão
bem reconhecíveis, tal como o local e o que fazem ou como interagem com outros.
Caminhando, beijando ternamente, repousando num jardim, caricatamente caindo ou
descaradamente cometendo um delito ou crime.
Anónimos que nem
sequer sabem que foram fotografados, quanto mais darem a sua autorização para
tal ou para a divulgação. Pessoas que estão cuidando da sua vida e que, de súbito,
a vêem escarrapachada “ad aeternum” na internete.
É crime, dizem-me,
divulgar a matrícula de uma viatura. Pouco importante será o divulgar o retrato
de alguém.
Suponho que o próximo
passo, nesta guerra entre peões e automóveis, será o excluir os primeiros do
espaço público para que não atrapalhem os segundos.
By me
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