Foi uma das perguntas que mais fiz a aprendizes do ofício de
produzir e comunicar com a imagem:
“Que história ou estória me queres contar com isto?”
Dependendo da idade, do estádio de conhecimento e do âmbito
da formação, por vezes acrescentava:
“Não me respondas agora. Encosta-te sem olhar para ela e
escreve a resposta. Depois volta cá com o conjunto.”
Tenho para mim que é importante, muito importante, saber o
que se quer contar. Ou, pelo menos, sermos capazes de encontrar uma explicação
posterior, mesmo que ao fazermos a imagem não tenhamos pensado nisso.
Uma das respostas à minha pergunta pode ser: “Não quero
contar nada, fiz isso porque me apeteceu.” E é legítima a resposta. Mas há que
a dar. Conscientemente.
Em seguida conversamos sobre a imagem e sobre o como os
demais a podem interpretar. Que elações pode o público tirar daquela imagem,
pensando na cultura ancestral, na cultura do momento, nas influências próximas,
no contexto é que é acedida…
Depois disto, quero que o autor me diga, com a autoridade de
quem criou algo, se quer usar aquela ou qualquer outra.
A sua reposta tem valor de lei.
By me
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