Tinham ambos - um
casal jovem com roupas domingueiras - a bíblia debaixo do braço.
E abrigavam-se no
interior do prédio do vento fresco que soprava no exterior, aguardando, como
soube mais tarde, por alguém que os viria buscar.
Quando tentei sair
tive enorme dificuldade em manobrar tudo o que transportava e, ao mesmo tempo,
lidar com a forte mola da porta do edifício, que existe para a manter fechada.
Não tugiram nem
mugiram.
Quando regressei
do contentor de lixo ainda lá estavam. E tiveram que me ouvir.
“Então têm a bíblia
na mão, viram-me com toda aquela dificuldade, e não foram capazes de dar dois
ou três passos para segurar a porta? O “ajudar o próximo” é bom de ler no
Livro, de apregoar em modo missionário e de entoar no templo. Agora a prática
quotidiana… Não têm vergonha?”
Ficaram meio sem
jeito e disseram, atabalhoadamente e com o seu sotaque de terras de vera cruz,
que já ali estava quem os vinha buscar. E zarparam rapidamente.
Mas também não
esperava eu qualquer resposta construtiva.
By me
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