…
Hegel considera a
religião como “o poder de executar (e) validar os direitos que a razão outorgou”.
Mas a ideia de Deus só pode conseguir um tal poder se a religião impregnar o
espírito e os costumes de um povo, se
ela estiver nas instituições do Estado e nas praxis da sociedade, se ela tornar
o modo de pensar dos Homens, bem como dos seus motivos, sensíveis aos
mandamentos da razão prática e lhos incutir na alma. Só como elemento da vida pública a religião pode conferir prática
à razão. Hegel deixa-se inspirar por Rosseau quando estabelece três exigências à
autêntica religião popular: “As suas doutrinas têm de fundamentar-se na razão
universal. A fantasia, o coração e a sensibilidade não podem permanecer
conceitos vazios. Ela tem que ser constituída de modo a que todas as
necessidades da vida, as acções públicas do Estado, se inspirem nela.”
…
Por estranho que
pareça, o texto acima não integra nenhuma dissertação sobre o ISIS ou Estado
Islâmico.
Faz parte do livro
“O discurso filosófico da modernidade”, de Jurgen Habermas e, neste caso específico,
fala de Hegel e das suas teorias enquanto jovem na passagem do séc. XVIII para
o XIX.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário