Há já uns tempos
que eu andava com ideia disso. Nem muito convencido nem pouco, apenas a
ponderar as consequências, considerando o que já havia passado.
A tudo isso
acrescentou-se um pequeno episódio social que em circunstâncias normais não
teria importância alguma, mas que na altura teve imensa.
Por isso, naquele
sábado ao passar por aquela farmácia, pensei:
“E que tal comprar
as pastilhas? Se entretanto me decidir, já as tenho. Quando não, perco apenas o
seu preço e ninguém fica a saber da coisa.”
Entrei e
comprei-as, pensando arrancar o projecto dali por cinco dias. Se arrancasse.
Na manhã seguinte
fiz o habitual: saí da cama e fui directo à sala em busca do primeiro cigarro.
A seguir seria o café, mas primeiro o cigarro.
Ao jogar a mão
para a cigarreira já não sei se disse se pensei:
“Não vai ser no
próximo dia 1, início do ano. Vai ser já hoje!” Não o acendi e, quebrando a
virgindade da caixa, peguei na primeira pastilha de nicotina.
Já lá vão nove
meses e nem um cigarro até ao presente. Sem depressões, percas de controlo de
humor ou agressividades. Nem aumento de peso.
Seguindo as
indicações do fabricante, com uns ligeiros ajustes pessoais, ao fim de três
meses tinha-me libertado da necessidade da nicotina, fumada, mascada, engolida,
aspirada…
Dos seis cigarros
que tinha naquela manhã, já só tenho cinco. O sexto dei-o a um compincha,
aflito que estava sem tabaco. E a cigarreira andou uns meses comigo, na mochila
do quotidiano, para que eu soubesse sempre que não acendia um cigarro não pela
sua falta mas porque não o queria eu. Que em mim mando eu, muito mais que as
leis dos homens ou dos deuses.
Fica a promessa
que deixarei de falar no assunto mensalmente quando completar um ano.
By me
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