sábado, 15 de abril de 2023

Ferramentas




A importância de uma ferramenta está na proporção directa daquilo que se é capaz de fazer com ela.

É por isso que eu, em tendo acesso a uma ferramenta que não conheço mas sobre a qual só posso deduzir as suas potencialidades, trato de ir praticando e fazendo experiências com ela até que me seja “natural” o seu uso. Tentando perder a lógica e hábitos de outras ferramentas e procurando adaptar-me a novas lógicas e métodos.

No caso de objectivas, haverá que “ver” com o seu ângulo de visão, com as suas distâncias de trabalho, focagem e profundidades de campo. Haverá que antever as perspectivas que permite, o como evidenciar centros de interesse pertinentes e anular conteúdos impertinentes.

E perceber quais as potencialidades e limitações que cada uma tem e decidir se é aquele ângulo de visão (vulgo distância focal ou potência) é ou não útil para materializar aquilo que vimos e imaginámos.

Admito que é um desafio pessoal e muito intimista o olhar para algo e decidir qual a objectiva certa para o que quero. Claro que o uso das objectivas zoom facilita o trabalho, mas quero mesmo é dizer-me “Para isto é uma XXmm”. E sinto-me realizado se a minha escolha, com mais ou menos algum ajuste, é a certa.

Tal como é um desfio pessoal encontrar soluções técnicas e estéticas para contar o que quero dispondo apenas de uma objectiva: perspectiva e enquadramento. E é aqui que recorro à objectiva zoom mais antiga que conheço e que funciona a dois tempos: pé direito e pé esquerdo. Porque, e como costumo dizer, se a luz é a minha matéria-prima, a perspectiva é a minha ferramenta.


By me

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