sexta-feira, 19 de junho de 2020

O rei vai nu



A verdade tem várias facetas, dependendo dos pressupostos.

É assim que uma mentira, repetida inúmeras vezes, acaba por ser verdade.

A menos que não deixemos que os nossos pressupostos se corrompam, que a nossa integridade se perca, que cedamos dos nossos direitos de pensar e agir em prol da opinião comum.

São muitos os que nos alertaram para tal, com discursos, livros, cinema, poesia, pintura... Alguns com armas.

São demasiados os exemplos na história recente da humanidade. Em todos os continentes, com base em diversos tipos de pressupostos.

A pandemia que nos assola pode ser um desses pressupostos.

Limita-nos a liberdade, confina-nos ao mínimo indispensável, encharca-nos de informação controlada.

“Não há motivos para duvidar”, dizemos. “São os nossos líderes, são os nossos pares, são os cientistas de renome, são fontes fidedignas.”

Claro que as vozes discordantes, venham de que quadrante vierem, são liminarmente descreditadas ou eliminadas. Ou com a frieza dos números (que dizem que não mentem), ou com os argumentos em chorrilho, ou simplesmente caladas.

Porque a verdade, à luz dos pressupostos socialmente correctos, é só uma.

Até que venha uma criança dizer na praça “O rei vai nu!”

 

 

Imagem roubada da net

By me

Sem comentários: