quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Um recado




A questão da democracia é complicada. A diversos níveis.

Se, por um lado, a gestão da coisa pública deve ser feita pelo povo ou seus representantes, é necessário que o povo participe. Senão nas decisões das coisas correntes (e bom seria que o fizesse ou pudesse fazer), pelo menos na escolha consciente de quem o fará.

Para isto, quem se candidata a ser representante tenta fazer passar a mensagem dos seus ideais e projectos, para que a escolha, ou voto, seja “bem” feita.

Comícios, comunicação social, arruadas, redes sociais, mailing directo, panfletos... tudo vale durante a campanha. Até algumas coisas bem menos simpáticas.

Uma das que não gosto é o uso de megafones para publicitar os candidatos ou ideias. Se estiver em andamento ainda escapa. Agora parados num local bem escolhido, de passagem dos cidadãos, é uma agressão a quem por ali estiver que estar.

É que os panfletos aceitam-se ou não. Aos comícios vai-se ou não. Os cartazes olham-se ou não. Agora dos sons não há como escapar, entrando-nos pelos ouvidos queiramos ou não. E quando se tornam repetitívos, nas palavras e nas músicas, acabam por se transformar em algo incómodo, dando quase vontade de ali ir e arrancar os fios.

Eu sei que é legal, que é uma forma de propagandear ideias e de convencer alguns mais indecisos. Mas dificilmente se justifica a agressão auditiva da qual não podemos fugir. Concorde-se ou não com as mensagens difundidas.

 

Aos partidos que usam este meio de campanha:

Por favor dêem uso aos automóveis e ponham-nos a circular, evitando massacrar quem disso não pode fugir.


By me

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