A questão da democracia é complicada. A diversos níveis.
Se, por um lado, a gestão da coisa pública deve ser feita
pelo povo ou seus representantes, é necessário que o povo participe. Senão nas
decisões das coisas correntes (e bom seria que o fizesse ou pudesse fazer),
pelo menos na escolha consciente de quem o fará.
Para isto, quem se candidata a ser representante tenta fazer
passar a mensagem dos seus ideais e projectos, para que a escolha, ou voto,
seja “bem” feita.
Comícios, comunicação social, arruadas, redes sociais, mailing
directo, panfletos... tudo vale durante a campanha. Até algumas coisas bem
menos simpáticas.
Uma das que não gosto é o uso de megafones para publicitar
os candidatos ou ideias. Se estiver em andamento ainda escapa. Agora parados
num local bem escolhido, de passagem dos cidadãos, é uma agressão a quem por
ali estiver que estar.
É que os panfletos aceitam-se ou não. Aos comícios vai-se ou
não. Os cartazes olham-se ou não. Agora dos sons não há como escapar,
entrando-nos pelos ouvidos queiramos ou não. E quando se tornam repetitívos,
nas palavras e nas músicas, acabam por se transformar em algo incómodo, dando
quase vontade de ali ir e arrancar os fios.
Eu sei que é legal, que é uma forma de propagandear ideias e
de convencer alguns mais indecisos. Mas dificilmente se justifica a agressão
auditiva da qual não podemos fugir. Concorde-se ou não com as mensagens difundidas.
Aos partidos que usam este meio de campanha:
Por favor dêem uso aos automóveis e ponham-nos a circular,
evitando massacrar quem disso não pode fugir.
By me
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