segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

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Há uns anos valentes, numa das minhas idas aos “Encontros de Fotografia de Braga”, visitei uma em exibição na Fábrica Confiança.

Trata-se (ou tratava-se) de uma fábrica de sabonetes, sabões e shampôs, aquelas coisas que usamos para limpar o corpo.

Foi num domingo e fui o primeiro a visitar a exposição e usufruir das fotografias sem que outros visitantes me atrapalhassem com comentários ou a passarem à minha frente. Como eu gosto.

No final da ronda, meti conversa com o vigilante, que era um guarda da fábrica. Elogiei o edifício e ele gostou, contando-me que já ali trabalhava há tanto tempo que lhe perdera a conta. E convidou-me para “dar uma voltinha” pela fábrica, começando pelos armários onde guardavam exemplares de tudo quanto já tinham fabricado.

Foi uma viagem ao passado, pois ali revi embalagens de outros tempos, que me acordaram memórias de infância. Os sabonetes com figuras infantis, os que tinham um cordão para pendurar na beira da banheira, os quadrados, os ovais, os de pontas arredondadas, os dos hoteis... eram algumas centenas de exemplares, feita numa fábrica com muitas dezenas de anos.

Depois convidou-me a visitar a zona de produção propriamente dita. Máquinas, caldeiras, matéria-prima, zona de embalagem...

Fiquei aterrado! Toda aquela matéria-prima que não vos vou descrever, todo o processo de sabonária industrial, era tão “nojento” que me perguntei como é que eu usava aquilo para limpar o corpo, incluindo o rosto, e tratar da pele. Admito que o meu estômago encontrou espaço no meu ventre para passear e só não se manifestou para o exterior porque lhe dei ordens para isso.

Claro que continuo a usar sabões e sabonetes, sólidos ou líquidos. E a ficar satisfeito com o resultado e com os aromas. Tacto, visão e olfacto agradecem, sem pensar em mais. Mas quando recordo o que vi e cheirei...

 

Vem isto a propósito dos negacionistas e dos que se recusam a serem vacinados. Não sabem o que recebem no organismo e têm receio das consequências.

A esses, gostava de recordar a penicilina foi descoberta a partir de bolores, que os antigos usavam veneno de cobras para curar doenças e que ninguém questiona o conteúdo de uma aspirina ou creme para queimaduras. Já para não falar da quimioterapia.

 


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