Imaginemos que queremos falar a uma plateia num auditório e
que o fazemos em murmúrio.
A menos que seja usado um sistema de amplificação de som, a
maioria não ouvirá que dizemos.
O mesmo acontece com a imagem: O tamanho da imagem conta!
Esta fotografia vista num ecrã de computador ou impressa em
13x18 terá toda a sua mensagem perceptível. Vista num telemovel o mais provável
é perder o seu eventual impacto, ao serem pouco visíveis os pombos no
tejadilho.
E se a fotografia é tudo aquilo que medeia entre o que o
fotógrafo vê e o que o público vê, se o primeiro não considerar o segundo algo
no acto de comunicar se perde.
Sabemos que uma fotografia é observada durante bastante mais
tempo se exibida numa galeria do que na web. E que, entre uma coisa e outra,
ficam livros e revistas.
As fotografias, ao serem vistas e entendidas na web e, ainda
pior, em ecrãs pequenos, forem complexas, com pequenos detalhes, quase é
garantido que serão ignoradas. E um fotógrafo não quer que o seu trabalho seja
ignorado.
Tem isto por consequência que a produção fotográfica, no seu
consuma mais normal actualmente, se transformou em algo simples de ler e de
entender: linhas simples, poucos detalhes de forma ou de luz, exclusão de múltiplos
planos...
O consumo digital da imagem fotográfica está a transformar a
sua produção, reduzindo-a à sua mínima expressão. Usando um termo forte, está a
estupidificar o fotógrafo.
A menos que, claro está, o fotógrafo não se preocupe tanto
com os agrados que possa ter e trate de fazer aquilo que a alma lhe diz para
ser feito. Que se preocupe mais com a sua própria satisfação que com o
acolhimento que possa ter por parte do público.
Mas isto não só não dá dinheiro como não dá popularidade. E se
um alimenta o estômago, a outra alimenta o ego.
By me
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