Bom, mas bom mesmo, é quando descobrimos que não estamos sozinhos
nas nossas opções ou ideais. Trate-se de afectos, sociedade ou criatividade.
Digamos que é reconfortante.
Tropeço hoje num conjunto de fotografias. Numa exposição.
Em preto e branco, com uma qualidade de impressão
impressionante, passe-se a redundância.
Confesso que não me senti particularmente atraído por
nenhuma em particular. Talvez alguma, demasiada, uniformidade entre elas, que
denotará um estilo bem definido e assumido por parte do autor, desde há mais de
trinta anos.
Mas houve algo que me cativou particularmente: o autor não
se preocupou com as convenções de formatos. Quadrados, quase quadrados,
rectangulares bem largo, proporções quase tão variadas quantas as imagens.
Algumas aparentam respeitar o formato da câmara, outras são francamente
resultado de trabalho posterior. Quiçá imaginadas aquando da tomada de vista.
Ou não, resultado do repensar a imagem no laboratório. Sim, porque todas elas,
pelo que me pareceu, são anteriores ao digital, em que cada imagem era, e é, um
triunfo.
E é sempre reconfortante encontrar trabalhos que, de algum
modo, se assemelhem ao que fazemos, sem plágios ou troca de ideias, mas tão só
porque, de algum modo, chegámos a um mesmo pensamento ou resultado.
A imagem aqui exibida? Nada tem a ver com o que vi hoje:
detalhe urbano subterrâneo.
By me
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