domingo, 17 de novembro de 2019

Detalhes




Bom, mas bom mesmo, é quando descobrimos que não estamos sozinhos nas nossas opções ou ideais. Trate-se de afectos, sociedade ou criatividade.
Digamos que é reconfortante.
Tropeço hoje num conjunto de fotografias. Numa exposição.
Em preto e branco, com uma qualidade de impressão impressionante, passe-se a redundância.
Confesso que não me senti particularmente atraído por nenhuma em particular. Talvez alguma, demasiada, uniformidade entre elas, que denotará um estilo bem definido e assumido por parte do autor, desde há mais de trinta anos.
Mas houve algo que me cativou particularmente: o autor não se preocupou com as convenções de formatos. Quadrados, quase quadrados, rectangulares bem largo, proporções quase tão variadas quantas as imagens. Algumas aparentam respeitar o formato da câmara, outras são francamente resultado de trabalho posterior. Quiçá imaginadas aquando da tomada de vista. Ou não, resultado do repensar a imagem no laboratório. Sim, porque todas elas, pelo que me pareceu, são anteriores ao digital, em que cada imagem era, e é, um triunfo.
E é sempre reconfortante encontrar trabalhos que, de algum modo, se assemelhem ao que fazemos, sem plágios ou troca de ideias, mas tão só porque, de algum modo, chegámos a um mesmo pensamento ou resultado.
A imagem aqui exibida? Nada tem a ver com o que vi hoje: detalhe urbano subterrâneo.


By me

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