De um modo mais intenso ou mais discreto, sempre se vai
falando por estes dias do Chile.
As enormes manifestações, os protestos contra aquilo em que
a sociedade se transformou, os confrontos violentos entre manifestantes e
forças da ordem…
As imagens que nos chegam são deste calibre, com o vermelho
do fogo e do sangue, as hostes de agentes equipados para a guerra, os blindados
jorrando gás ou água…
É a violência que faz manchete, pouco explicada pelos
jornalistas ou comentadores.
Já o que se passa no sul desse mesmo país, na zona da
Patagónia, com o povo Mapuche não cruza os Andes. Um povo confinado a uma
reserva territorial, sofrendo de um processo lento mas firme de genocídio para
que as “suas” terras possam ser aproveitadas no que o subsolo contém, os que
tentam denunciar o que se passa mas que, no regresso desaparecem como que por
magia… Nem mesmo quando tentaram usar a presença papal para tornar público o
que se passa foi suficiente para retirar a mordaça conveniente que a comunicação
social e o poder instituído ali usam.
Mas os Mapuche não são classe media em risco, não consomem
coca-colas nem têm centros comerciais e os brancos ainda não assumiram o que
ali fizeram ou fazem.
E os interesses económicos têm demasiada força.
Imagem roubada da net
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