sábado, 26 de outubro de 2019

Chile, media e poder




De um modo mais intenso ou mais discreto, sempre se vai falando por estes dias do Chile.
As enormes manifestações, os protestos contra aquilo em que a sociedade se transformou, os confrontos violentos entre manifestantes e forças da ordem…
As imagens que nos chegam são deste calibre, com o vermelho do fogo e do sangue, as hostes de agentes equipados para a guerra, os blindados jorrando gás ou água…
É a violência que faz manchete, pouco explicada pelos jornalistas ou comentadores.
Já o que se passa no sul desse mesmo país, na zona da Patagónia, com o povo Mapuche não cruza os Andes. Um povo confinado a uma reserva territorial, sofrendo de um processo lento mas firme de genocídio para que as “suas” terras possam ser aproveitadas no que o subsolo contém, os que tentam denunciar o que se passa mas que, no regresso desaparecem como que por magia… Nem mesmo quando tentaram usar a presença papal para tornar público o que se passa foi suficiente para retirar a mordaça conveniente que a comunicação social e o poder instituído ali usam.
Mas os Mapuche não são classe media em risco, não consomem coca-colas nem têm centros comerciais e os brancos ainda não assumiram o que ali fizeram ou fazem.
E os interesses económicos têm demasiada força.

Imagem roubada da net

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