Este é um texto fofinho
para os que não gostam de outros bem mais sérios.
O Outono é a meia
estação. Belo nas suas manhãs bem frescas mas dias tépidos, na sua luz baixa
com tons lindos, antecipando as nuvens invernosas que as não deixarão ver, o
cheiro da terra molhada com as primeiras chuvas… creio que todos gostam do
Outono e eu não sou excepção.
E uma das coisas de que
gosto nele são estas bagas.
Existem em variados
matizes e os seus tamanhos oscilam, mas não muito, do que aqui se vêm.
As cores, fortes, vão
compensando os castanhos e amarelos próprios da estação mas não enganando os
insectos, que nunca os vi rondando-as.
Agora que eu as rondava
quando pirralho, isso é um facto. Que o assalto que fazia (fazíamos), apesar
dos espinhos, era implacável. Estas bagas tinham o tamanho certo para,
inseridas nos brancos tubos das instalações eléctricas (também eles obtidos por
via de por via de pilhagens), serem as munições certeiras para terríficas e
sangrentas batalhas campais. Ou “aulais”, que nem dentro das salas de aulas as
vítimas preferidas escapavam.
Ficam as memórias e fica
alguma tristeza ao constatar que as bagas ali ficam durante tantas semanas.
Ainda que nos alegrem a vista, a sua permanência é indiciadora que as batalhas
de hoje se travam na virtualidade dos ecrãs, ficando de fora a sã convivência
infanto-juvenil, mesmo que em campos opostos.
E que farão estes, quando
adultos, se a não viveram quando crianças?
Desculpem o enviesar das ideias e o transformar um texto e imagem que se
previam fofinhos para assuntos pesados, mas as palavras são como as bagas: vêm
aos magotes e sem controlo.
By me