O acto de fotografar tem causas e consequências diversas.
Haverá sempre uma relação emocional com o assunto registado,
mas tanto pode ser de amor como de ódio, tanto pode ser um desejo de
apropriação como um momento de exorcismo.
A intimidade entre fotógrafo e assunto fotografado é algo
que, a esmagadora maioria das vezes, só se constata através do resultado do
acto, no exibir o registo lúmico.
Este é um registo raro de um momento de exorcismo, em que o
acto de fotografar foi usado como escape, como protesto, como desabafo.
Não sei há quanto tempo não fotografava com tanta raiva e
dor. Se justificada ou não será sempre algo de relativo. Mas sei que usei a
fotografia como pobre ícone para dar forma ao que me ia na alma. Ao que me vai
na alma.
Felizmente tinha por perto que fizesse o registo do registo.
Quem me deixasse exprimir e ajudasse a apanhar os cacos.
Obrigado.
By me
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