No jornal leio um artigo em que nos falam sobre os números
da eleição para o cargo de sercretário-geral da juventude socialista.
Segundo o artigo, foram mais os delegados que não escolheram
a vencedora que os que nela votaram. Num universo de 336 votantes, só 165
votaram na única candidata. Por outras palavras, 49,1% dos delegados votaram na
vencedora.
Os restantes ou não votaram, ou votaram branco ou nulo.
Leio este artigo e não recordo ter lido um artigo, um só que
fosse, sobre o resultado da votação para presidente da república de que
resultou a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo a comissão nacional de eleições, num universo de
9.751.398 eleitores, só 2.413.956 eleitores escolheram o actual detentor do
cargo. Os restantes ou não votaram, ou escolheram outros candidatos, ou votaram
branco ou nulo.
Feitas as contas, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito por
24,7% dos portugueses.
Não sou defensor de Marcelo nem simpatizante do partido
socialista. Mas gostava de ver os jornalistas a abordarem os temas com
critérios coerentes.
Talvez eu esteja pedir muito, numa época em que as
rivalidades partidárias começam a aquecer face às eleições que se aproximam. E
é sabido que no amor, na guerra e na política vale tudo, mesmo tirar olhos.
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