Vejo um programa
americano onde se faz um rasgado elogio ao facto de a China estar a investir na
tecnologia. E, como exemplo, o facto de já quase se não usar dinheiro físico mas
antes pagamentos como telemóvel.
Uma conta
bancário, um aparelho e um contrato com um servidor de net sem fios e todos os
negócios se realizam.
Desculpem lá
qualquer coisinha, mas…
Então eu tenho que
pagar a intermediários para fazer um negócio? Beber um café, almoçar,
transportar-me, consumir água ou energia… E tenho que pagar a um terceiro para
o poder fazer? Um terceiro e um quarto e um quinto… Intermediários que
influenciam a sociedade, impondo o seu produto como sendo um necessidade insubstituível.
Intermediários que assumem o controlo de tudo o que fazemos, registando as
nossas actividades e deslocações. Intermediários privados ou públicos, que tudo
supervisionam.
A cada momento que
passa a privacidade deixa de existir para benefício e lucro de alguns e
controlo de todos por parte de uma elite política e económica.
“Não quero ser escravo”,
disse-me um dia um jovem quando pensava em procurar emprego. Bem válido, esta
afirmação!
Mas enquanto nos
deixarmos levar pela febre da tecnologia, enquanto deixarmos que a nossa
privacidade passe pelas decisões de uns quantos, enquanto não pensarmos que o
nosso pensamento e acção estão a ficar condicionados pelas elites sedentas de
poder…
Seremos escravos,
queiramo-lo ou saibamo-lo ou não.
Só para se ter uma
ideia, imagine-se que hoje e em Portugal, as redes de comunicação ficavam
inactivas por 12 horas. Nem negócios, nem levantamento de dinheiro nos ATM, nem
entretenimento… Nem sequer a simples compra de um papo-seco num supermercado,
se com cartões de débito ou crédito não funcionarem. Ou as caixas registadoras,
ligadas a uma central. Ou, pior: a nossa identidade é posta em causa.
A pior escravidão é
a consentida.
By me
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