domingo, 15 de fevereiro de 2009

Retrato de uma desconhecida - 1


Mesmo a um fotógrafo “à-lá-minuta” dá prazer retratar de outras formas que não a formatada.
E capturar qualquer coisa mais de alguém, para além da luz que se reflecte, não apenas não é fácil como é, em regra, um exercício cheio de subjectividade. Que o que fica registado, melhor, a leitura do que fica registado é bem mais que apenas formas e cores.
Encontrar alguém que não se conhece, conversar um pedaço, tentar ir mais fundo do que é mostrado ou exibido e fazer daí um retrato, é um desafio que, pelo menos na minha experiência, é raro.
E, tal com a escrita mais não é que letras banais a formarem palavras usuais em frases gramaticalmente correctas, também a fotografia não passa de luz sobre a matéria, a sua reflexão e registo. Banalíssimo.
Na escrita, o importante são as ideias nela contida, bem como as que provocam no leitor. Na fotografia, talvez o mais importante seja aquilo que cada um que a veja sinta. Bem mais que a correcção de exposição, o respeitar equilíbrios ou linhas de força, “Phi” ou qualquer outra convenção técnica ou estética.
Fica um retrato de uma desconhecida.


Texto e imagem: by me

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