É preocupação minha, e tem sido manifesta neste espaço, a questão da isenção e objectividade da informação.
Com pequenas variações, não creio haver em Portugal suporte informativo que cumpra sem erros os códigos de ética de conduta nesta matéria, actividade que está, sabemos todos, condicionada a interesses políticos, económicos e sociais.
Alguns órgãos de informação assumem, logo de frente, as suas tendências e opções. Será o caso de jornais, rádios, e agora também TVs, legadas a partidos políticos ou sociedades de futebol. Quem quer que consuma estes produtos sabe o está a consumir e não é enganado.
Mas na maioria dos espaços informativos, materiais ou eléctricos, tal não sucede. Incluindo a chamada “informação generalista”.
Sabendo e acreditando nisto, supunha não vir a ser surpreendido pelo que os media pudessem publicar. Escandalizado sim, surpreendido não! Pois enganei-me.
Ao comprar os cigarros do costume no quiosque habitual, dou com este exemplar da revista “Flash” em cima do balcão. E a capa surpreendeu-me, pala além, claro, de me escandalizar. E por entre a surpresa e o escândalo, acabei por dar o euro e vinte e cinco do seu custo.
É que, num acto semi-masoquista, quis ver até que ponto esta revista, que no meu entender não passa de lixo informativo, poderia ir.
Não foi muito longe, já que o conteúdo referido na capa, ainda que ocupe seis páginas, é mais composto de fotografias que de texto, como aliás é hábito neste tipo de publicações: muita parra e pouca uva.
Refere esta revista um personagem importante do panorama público português. Uma figura que, nestas ultimas semanas tem estado na berlinda por via de algo que lhe é imputado ou de que é acusado, fazendo desse caso mais um de julgamento na praça pública. As acusações são feitas, directa ou indirectamente e, ainda que o caso esteja a ser investigado pelas autoridades competentes da justiça, as fugas de informação vão acontecendo. E, ao serem colocadas em manchete ou abertura de noticiário, vão denegrindo a imagem da figura em questão.
E se esse comportamento não é ético do ponto de vista informativo e político, o conteúdo desta capa ainda o é menos, já que, fugindo ao tema em causa, faz uma análise da pessoa em questão através dos seus familiares e relacionamentos.
Qualquer pessoa de bom senso perguntará: Que responsabilidade terão esses familiares das actividades dessa pessoa?” Ou ainda: “Que responsabilidade terá essa pessoa sobre os comportamentos desses familiares?”
Estou em crer que esta revista, cuja capa está aqui representada fruto de edição minha para que as pessoas envolvidas não sejam identificadas, fez este número sob encomenda.
Feita pelo visado, talvez, ou pelos correligionários políticos, com o fito de, no lugar de refutarem as acusações que lhe são feitas, definir a pessoa em causa como um “pobre coitado”, a quem a vida não tem sorrido, nem agora nem na infância. E, com isto, levantar simpatias por parte dos menos avisados.
Até porque muitos são, os portugueses, que na hora de votarem optam mais pelas simpatias que pela eficácia ou projecto político.
E é aí que os media, com o seu lixo informativo, intervêm, agindo pró ou contra esta ou aquela figura. Sem que, pública e formalmente, assumam as suas simpatias e opções editoriais. Deixando arrumados, no fundo de uma gaveta esquecida, os códigos éticos e deontológicos.
Esta revista, que comprei sabendo-a o que é, não a deitarei fora.
Tal como possuo diversos exemplares de muitas categorias e autores de que gosto e tenho por modelo a seguir, também devo possuir o que entendo por errado ou perverso.
Até porque, em ultima instância, subestimar o inimigo é um erro que se paga com língua de palmo!
Texto e imagem: by me
Com pequenas variações, não creio haver em Portugal suporte informativo que cumpra sem erros os códigos de ética de conduta nesta matéria, actividade que está, sabemos todos, condicionada a interesses políticos, económicos e sociais.
Alguns órgãos de informação assumem, logo de frente, as suas tendências e opções. Será o caso de jornais, rádios, e agora também TVs, legadas a partidos políticos ou sociedades de futebol. Quem quer que consuma estes produtos sabe o está a consumir e não é enganado.
Mas na maioria dos espaços informativos, materiais ou eléctricos, tal não sucede. Incluindo a chamada “informação generalista”.
Sabendo e acreditando nisto, supunha não vir a ser surpreendido pelo que os media pudessem publicar. Escandalizado sim, surpreendido não! Pois enganei-me.
Ao comprar os cigarros do costume no quiosque habitual, dou com este exemplar da revista “Flash” em cima do balcão. E a capa surpreendeu-me, pala além, claro, de me escandalizar. E por entre a surpresa e o escândalo, acabei por dar o euro e vinte e cinco do seu custo.
É que, num acto semi-masoquista, quis ver até que ponto esta revista, que no meu entender não passa de lixo informativo, poderia ir.
Não foi muito longe, já que o conteúdo referido na capa, ainda que ocupe seis páginas, é mais composto de fotografias que de texto, como aliás é hábito neste tipo de publicações: muita parra e pouca uva.
Refere esta revista um personagem importante do panorama público português. Uma figura que, nestas ultimas semanas tem estado na berlinda por via de algo que lhe é imputado ou de que é acusado, fazendo desse caso mais um de julgamento na praça pública. As acusações são feitas, directa ou indirectamente e, ainda que o caso esteja a ser investigado pelas autoridades competentes da justiça, as fugas de informação vão acontecendo. E, ao serem colocadas em manchete ou abertura de noticiário, vão denegrindo a imagem da figura em questão.
E se esse comportamento não é ético do ponto de vista informativo e político, o conteúdo desta capa ainda o é menos, já que, fugindo ao tema em causa, faz uma análise da pessoa em questão através dos seus familiares e relacionamentos.
Qualquer pessoa de bom senso perguntará: Que responsabilidade terão esses familiares das actividades dessa pessoa?” Ou ainda: “Que responsabilidade terá essa pessoa sobre os comportamentos desses familiares?”
Estou em crer que esta revista, cuja capa está aqui representada fruto de edição minha para que as pessoas envolvidas não sejam identificadas, fez este número sob encomenda.
Feita pelo visado, talvez, ou pelos correligionários políticos, com o fito de, no lugar de refutarem as acusações que lhe são feitas, definir a pessoa em causa como um “pobre coitado”, a quem a vida não tem sorrido, nem agora nem na infância. E, com isto, levantar simpatias por parte dos menos avisados.
Até porque muitos são, os portugueses, que na hora de votarem optam mais pelas simpatias que pela eficácia ou projecto político.
E é aí que os media, com o seu lixo informativo, intervêm, agindo pró ou contra esta ou aquela figura. Sem que, pública e formalmente, assumam as suas simpatias e opções editoriais. Deixando arrumados, no fundo de uma gaveta esquecida, os códigos éticos e deontológicos.
Esta revista, que comprei sabendo-a o que é, não a deitarei fora.
Tal como possuo diversos exemplares de muitas categorias e autores de que gosto e tenho por modelo a seguir, também devo possuir o que entendo por errado ou perverso.
Até porque, em ultima instância, subestimar o inimigo é um erro que se paga com língua de palmo!
Texto e imagem: by me
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