terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Vertendo velharias


Se eu bem recordo, o mais complicado de fazer nesta fotografia foi o conseguir retirar o fundo da garrafa para conseguir controlar o fluxo de líquido que verteria.

Azeite, um ferro em brasa e muito cuidado para o conseguir fazer entrar pelo gargalo sem lhe tocar. Com muita paciência consegui à primeira.

Em seguida foi o conseguir posicionar a garrafa. Guita, fita adesiva, molas de roupa, braçadeiras de mangueira... tudo o que tinha à mão.

Já os cubos de gelo aguentaram todo o tempo que quis, mesmo sob o calor das lâmpadas de 500w que usei para iluminar a cena. Feitos de acordo com um truque apendido num almanaque de fotografia: gelatina alimentar incolor, água e formas de gelo. Infalível e com o aspecto e capacidade de flutuar do gelo convencional.

O resto foi enquadrar tudo com a câmara de grande formato que estava a usar, controlando a profundidade de campo no vidro despolido com o auxílio de uma lupa, colocar o chassis carregado com diapositivo em película rígida para 3200K, usar uns filtros para “aquecer” o fundo, bem medir a luz e premir o cabo disparador.

Mais que recordar, sei que só fiz uma fotografia, que isso era parte do desafio que nos haviamos imposto: fazer uma só fotografia a “publicitar” um produto sem evidenciarmos a respectiva marca.

Saudáveis competições que fazíamos, uns quantos amantes de fotografia, sem classificações nem prémios, algures na primeira metade dos anos ’80.

 

By me

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