As coisas são o que são e ou bem que são aceites ou bem que
são mudadas.
A Assembleia da República é considerada a Casa da
Democracia. É nela que têm assento os representantes eleitos dos Cidadãos para
regrem a coisa pública e as leis que vigoram no País.
As diversas tendências de pensamento ali representadas
correspondem, em princípio, ao que os Cidadãos escolheram e têm por correcto
ser feito. E as decisões são tomadas nas respectivas proporcionalidades dos
eleitos.
Polémica do momento é o haver um rumor sobre um hipotético
boicote à eleição de um vice presidente na Assembleia da República de entre os
deputados do partido Chega.
Este sente-se ofendido porque, e de acordo com o regimento
parlamentar, os quatro maiores partidos podem propor um nome para o cargo. E a
prática habitual é ser eleito.
Mas o termo é “eleito”. Por outras palavras, os deputados
votam nos nomes propostos, tendo que haver uma maioria absoluta para que seja
aprovada cada uma das pessoas propostas.
Em havendo deputados ou conjuntos de deputados que não
queiram alguém a exercer um cargo no Parlamento diferente do de apenas deputado,
é legítimo que votem contra. E se a maioria dos deputados votar contra uma
pessoa, ela não é eleita. Tal como os candidatos a deputados são ou não eleitos
pelos Cidadãos. Tal como os candidatos a Presidente da República são ou não eleitos
pelos cidadãos.
Estas são as regras em funcionamento, resultantes do sistema
democrático em vigor.
Se o partido Chega não quer aceitar a Democracia em vigor,
nesse caso pode-se perguntar porque se candidatou a uma eleição para um
Parlamento livre e democrático.
A menos que esse partido entenda que a Democracia e as regras
são boas quando lhe convém e não são boas quando lhe são desfavorável. A chamada
“Lei do funil”.
Nada que me espante, considerando o que consta ou se sabe
sobre as ideias e as práticas dos membros deste partido.
By me
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