sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A lei do funil




As coisas são o que são e ou bem que são aceites ou bem que são mudadas.

A Assembleia da República é considerada a Casa da Democracia. É nela que têm assento os representantes eleitos dos Cidadãos para regrem a coisa pública e as leis que vigoram no País.

As diversas tendências de pensamento ali representadas correspondem, em princípio, ao que os Cidadãos escolheram e têm por correcto ser feito. E as decisões são tomadas nas respectivas proporcionalidades dos eleitos.

Polémica do momento é o haver um rumor sobre um hipotético boicote à eleição de um vice presidente na Assembleia da República de entre os deputados do partido Chega.

Este sente-se ofendido porque, e de acordo com o regimento parlamentar, os quatro maiores partidos podem propor um nome para o cargo. E a prática habitual é ser eleito.

Mas o termo é “eleito”. Por outras palavras, os deputados votam nos nomes propostos, tendo que haver uma maioria absoluta para que seja aprovada cada uma das pessoas propostas.

Em havendo deputados ou conjuntos de deputados que não queiram alguém a exercer um cargo no Parlamento diferente do de apenas deputado, é legítimo que votem contra. E se a maioria dos deputados votar contra uma pessoa, ela não é eleita. Tal como os candidatos a deputados são ou não eleitos pelos Cidadãos. Tal como os candidatos a Presidente da República são ou não eleitos pelos cidadãos.

Estas são as regras em funcionamento, resultantes do sistema democrático em vigor.

Se o partido Chega não quer aceitar a Democracia em vigor, nesse caso pode-se perguntar porque se candidatou a uma eleição para um Parlamento livre e democrático.

A menos que esse partido entenda que a Democracia e as regras são boas quando lhe convém e não são boas quando lhe são desfavorável. A chamada “Lei do funil”.

Nada que me espante, considerando o que consta ou se sabe sobre as ideias e as práticas dos membros deste partido.


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