E porque tive que falar em rolos reutilizaveis, recordo um
episódio em que a capacidade de improviso foi a principal ferramenta:
Estava de férias, fotografava em preto e branco e comprava a
película virgem em bonines de 30 metros, colocando-a à medida em invólucros
usados.
Para o efeito usava um bobinador que muito facilitava a tarefa.
Mas haveria que saber fazer a coisa.
Naquela cidade do interior, um dos rolos soltou-se no final
do núcleo do invólucro. Barraca da grossa, que não poderia abrir a câmara em
condições normais sem “queimar” e destruir a imagenns já feitas.
Ainda tentei, junto de dois fotógrafos locais, usar a sua
câmara escura para o fazer, mas fui recusado. Suponho que o meu aspecto os
tivesse assustado.
Mas eu sabia o que queria e as minhas mãos sabiam fazer sem
que os olhos precisassem de confirmar. Improvisei!
Procurei um café cuja casa de banho estivesse minimamente
limpa.
Em cima da tampa da sanita coloquei o meu casacão todo bem
enrolado, dentro do qual estava a câmara e uma caixa de película Kodak.
Recorde-se que estas são pretas e bem estanques à luz.
Metendo os meus braços pelos braços do casaco, mas pelas
pontas das mangas, lá abri a câmara no meio daquilo tudo, desenrolei a película
da câmara e voltei a enrola-la para dentro da caixinha plástica.
Entenda-se que já tinha alguma experiência em trabalhar com
câmara escura portátil, para carregar chassis de grande formato e magazins de
cinema.
Agora dentro de um casaco, em cima de uma sanita, foi uma
estreia.
By me
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