No meu ofício temos tarefas ou trabalhos de rotina. Diários,
semanais ou mensais.
Apesar de serem todos trabalhos de equipa, há sempre um
responsável, alguém que dá o nome e a cara pelo trabalho de todos. E que coordena
o que se vai fazendo.
Em tempos tínhamos um desses trabalhos, agora fora de
produção. Tinha uma excelente aceitação por parte de quem o consumia e era um
dos ex-libris da empresa.
Mas o seu responsável era exequeravel no trato com a equipa,
ou com parte dela. Apesar de todos termos orgulho no resultado final, odiávamos
ter que o fazer por causa do comportamento e atitudes desse responsável.
E esse nosso asco era tal que nem dizíamos o nome da tarefa.
Mais: quem tivesse a desdita de o dizer sem querer, enquadrado em qualquer
outra frase ou sentido, era “punido” com o pagamento de uma rodada de cafés a
quem estivesse por perto e o ouvisse.
Alguns de nós, para fugirmos à punição, alterámos o nosso
vocabulário corrente, usando outros termos equivalentes por rotina. Ainda hoje,
passados tantos anos, evito dizer o termo, usando o verbo “suceder”.
A exemplo deste episódio do passado distante uns vinte anos e
noutras circunstâncias, passei agora a usar o verbo “bastar”, nas suas diversas
conjugações. Assim evito deslises e dizer uma palavra que me remete para algo
maldito do nosso presente.
Manias!
Imagem roubada da net
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