segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Prioridades




Ainda um dia alguém me vai explicar, como se eu fosse muito estúpido, porque é que as fotografias têm que ter o máximo possível de definição, nitidez, resolução.

Não que eu entenda que isso seja errado.

Mas não entendo que seja obrigatório, como que saído de um qualquer livro sagrado, e quem quer que não o faz incorra nos quintos do inferno dos fotógrafos.

É que, do meu ponto de vista, fotografia não é apenas documento. Eventualmente fiel ao assunto representado. Mas é, antes de mais, uma forma de expressão.

O fotógrafo, quando decide premir o botão ou, mais tarde, fazer a edição, está a materializar o que sentiu. De bom ou de mau. Ou a pedido.

Eventualmente, e porque o fotógrafo está inserido num sociedade que comunica e usa códigos para isso, usa os códigos em vigor. E estes passam pela facilidade de leitura e interpretação da fotografia exibida.

Mas nada impõe que os sentimentos sejam explícitos e claros. Tal como nada obriga a que o trabalho feito seja diferente do que o fotógrafo sentiu.

Se o fotógrafo se sente satisfeito com fotografias que faça e que não sejam nítidas, focadas, como uma resolução de assombrar, isso é que importa. E o agrado do público é acessório.

Claro que pode não pagar contas, mas isso é outra história. 


By me

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