Podemos
debruçar-nos sobre o que é um crime, um pecado, um delito. Cada um deles terá
todo um rol de possibilidades, algumas a partilharem mais que um grupo.
Pois eu, hoje,
cometi um delito.
É delito porque é
quebra de regra, não é pecado porque não ofende divindades, não é crime porque
não consta em nenhum código civil ou penal.
Foi um delito.
Um pouco mais
grave, talvez, por saber que é um delito. Sabendo-o, o grau de culpa é maior,
como se a ignorância fosse desculpa.
O que torna a
coisa interessante é que o cometi quase que em jeito de teste: Serei eu capaz
de o fazer? O que se lhe sucederá? Vai pesar-me na consciência?
A questão da
consciência fica resolvida. Usando da técnica dos cristãos seguidores de Roma,
a confissão alivia e perdoa. É o que estou a fazer.
O que se lhe
sucederá? Coisa nenhuma, já que foi acto único, consciente de tal. E sou homem
para o cumprir.
Se fui capaz?
Claro que sim, que os limites do ser humano são enormes.
Terminada que está
a confissão pública, escusam de cá vir perguntar que delito cometi.
Guardarei
ciosamente esse segredo até que a terra me engula, que tenho assim a modos que
vergonha do que fiz.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário