Já acontecem, de
um modo ou de outro, as comemorações do 25 de Abril.
Algumas muito
discretas antes da data real, outras preparando as manifestações e desfiles de
rua no dia propriamente dito, mas já se festeja.
Infelizmente!
Digo eu, correndo
o risco de ser excomungado, apedrejado, desamigado e etc.
Mas eu explico:
A revolução e o
que se lhe seguiu, nos dias e meses consequentes, foi algo de único, irrepetível.
Nas práticas e nas teorias, no que deixou de ser e no que veio a ser, nos
discursos e nos sonhos.
Mas mais
importante que o que mudou, mais importante que o que deixou de ser, foi a
certeza de que o futuro é nosso, mais assim ou mais assado mas é nosso. E que
somos nós que o fazemos. Com mais sacrifício ou displicência, com certezas ou às
apalpadelas, o futuro estava nas nossas mãos e fizemo-lo.
Bem ou mal,
poderemos sempre discutir. Mas era nosso e não o deixávamos em mãos alheias,
indo lá e fazendo algo.
Não é o que sucede
hoje!
A maior parte acha
que alguém tem que decidir por si o seu próprio futuro e que basta uma cruzinha
de quando em vez para garantir isso. E que os protestos, de rua ou de rede
social, são suficientes quando as coisas correm menos bem.
Não são!
E enquanto tantos
acharem que os outros é que têm que endireitar o mundo, vamos continuar
submissos, venerandos e obrigados aos que acham que somos matéria-prima para o
seus negócios. Nos contratos, nas segregações, nas inseguranças de futuro. Nas
perseguições e nas mordaças, cada vez mais apertadas.
Enquanto as
celebrações do 25 de Abril forem apenas desfiles, discursos e exibição de
cravos, nunca passarão disso: celebração do passado que não se repete e não
construção do futuro que queremos para nós e para os nossos.
By me
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