Já o tenho dito,
pese embora sem grande acolhimento:
A fotografia é,
entre outras coisas, um acto de cobiça!
Ou de apropriação.
Fotografamos os
espaços, a luz, os sorrisos, os objectos, porque não os podemos possuir, não os
podemos levar para casa. Cabem, certamente, na alma ou coração de cada um, mas
não na parede ou numa gaveta.
Nós, os
fotógrafos, somos uns invejosos e cobiçadores! Entre outras coisas.
E se tiverem
dúvidas sobre tamanha afirmação, consultem os vossos arquivos bem como os
trabalhos de fotógrafos conceituados.
Irão constatar,
sem surpresas, que poucos são os que fotografam ou exibem fotografias das
pessoas que lhes são afectivamente próximas.
Não precisam!
Aquilo de que
realmente gostam ou amam está ali, permanentemente, ao alcance de um olhar ou
na superfície da memória.
Ou, talvez, sejam
os fotógrafos uns seres muito egoístas. E queiram guardar só para si, para a
sua intimidade, os tesoiros que têm. Sem artifícios ou tecnologias.
Ou então… Ou então
os fotógrafos apercebem-se, mesmo sem darem por isso, que aqueles que lhes são
queridos e amados devem estar protegidos dos olhares conspícuos de quem vê fotografia aqui e ali. Exactamente aquilo que eles, fotógrafos, não fazem
quando registam desconhecidos e o exibem.
Grandes pensadores
se debruçaram sobre o acto de fotografar e os motivos que estão por detrás
disso.
Interessante mesmo
é verificar que raríssimos são os que afirmam tal coisa.
Ou bem que estou
completamente enganado ou então tiveram eles medo de serem apedrejados na praça
pública.
By me
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