Há um montão de
gente – eu diria mesmo um enorme montão de gente – que se queixa que a
Liberdade conquistada com a Revolução acabou em quase nada.
Dizem que o
dinheiro continua a ser pouco, dizem que os políticos continuam a não prestar, dizem
que a gestão da coisa pública continua a ser suspeita, dizem!
Dizem mas pouco
fazem! Os cafés e os tascos, agora substituídos parcialmente pelas redes
sociais, continuam a ser os únicos locais onde esses que dizem fazem alguma
coisa: dizer.
Que chegarem-se à
frente, intervir, mudar o que entendem que está errado, substituírem os que
entendem por maus, fazerem aquilo que acusam os outros de não fazerem… isso dá
muito trabalho, tira horas de sono e impede o ver a bola ou a série pirateada
da net.
A Liberdade, a
Revolução, a Democracia, não são coisas que apenas se discutam em fóruns ou tertúlias,
que se exibam na avenida, que se pratique com uma caneta uma vez a cada quatro
anos.
São coisas que se
fazem a cada momento que passa, ao volante, ao almoço, na junta de freguesia,
no trabalho, com os filhos ou inter pares. Pratica-se, ensina-se, demonstra-se.
O deixar para os
outros fazerem, com dois ou três incentivos ou manifestações anuais e praticar
o resto do tempo o “salve-se quem puder” é, para além de pouco cívico, o
permitir que aquilo que se contesta se perpetue, autorizado pela inércia da
contestação virtual.
Não peças que
aconteça! Faz!
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário