A minha ideia era
outra: para aquela festinha a prendinha anónima seria um outro objecto, com um
outro significado. Que eu não gosto que, mesmo anonimamente, as coisas
ofertadas sejam neutras, sem conteúdo, mesmo que subliminar.
Mas quando, numa
lojinha de artesanato cá do bairro, vi isto, não resisti: “Vai ser aquilo! Um
presépio do avesso, pelo menos como o vemos por cá, no ocidente.”
Mas a minha gulodice
foi mais longe: gostei tanto dele que quis um para mim. Porque o objecto é
bonito (pelo menos eu acho) e porque seria um desafio fotografá-lo de jeito. E
foi! É!
Para já, e isto
creio ser um dos problemas de quem quer que faça imagens em estúdio, que fundo
dar-lhe. A clássica gruta, não apenas seria “clássica” como seria forçosamente
escura, reduzindo o contraste do assunto e da mensagem.
Depois porque
artesanato implicaria um cenário artesanal, pouco convencional. Nada de
relvinhas, folhinhas e outras “inhas” do costume.
Às compras, no
super cá do burgo, vi aquilo que poderia servir: um conjunto de pratos e
talheres, descartáveis, em madeira. Nunca disso tinha ouvido falar e poderia
ser a solução. Um presépio “servido” num prato também nada tem de tradicional.
A coisa está aqui,
mas tive mais olhos que barriga, ou, se quiserem, “não me chegou a boca para
dizer tátá.” Que a fotografia está tecnicamente executada, mas não me convence.
Por mais voltas que lhe desse, não encontrei a solução de luz que me agradasse.
Fica o menos mau e
a promessa que, em tendo tempo e inspiração, voltarei ao assunto. Mas talvez
acabe por ser lá mais p’ró ano, e o Natal está aí à porta.
Texto e imagem: by
me
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