quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Modernices


 


“Pouco importa o que já fizeste se não te importares com o que ainda podes que fazer.”

 

Eu tenho uma pequena colecção de aparelhos de medida de luz.

Não gosto de lhes chamar de “fotómetros”, já que nem todos me apresentam resultados em “footcandle”. Alguns mostram-me “lux”, outros em Kelvin, outros ainda nem uma coisa nem outra, mas tão só os valores de exposição. Aliás, tenho mesmo um que não possui ponteiros nem célula e que é inerte, dependendo de uma mica graduada e da acuidade visual do utilizador.

Recentes ou bem antigos, incidente, reflectida, de largo ou estreito ângulo, continua ou instantânea, balanço e correcção de cor… tenho de quase tudo. Faltar-me-á um espectómetro, mas não tenho nem necessidade imediata nem meios para o comprar. Claro que nem aqui considero os sistemas de medição integrados nas câmaras.

Aquilo que ainda não tinha usado era a câmara de um telemóvel para aquilatar quantidade de luz. Surgiu agora a necessidade.

Uma conhecida recebeu e recuperou uma vetusta e ilustre câmara. Tudo agora funcional, excepto o “fotómetro” que, como seria de esperar, “morreu” de velho.

Lá lhe indiquei as velhas tabelas impressas no interior das embalagens de cartão em que se vendem os rolos fotográficos e que dão indicações preciosas, ainda que pouco precisas, sobre os ajustes de exposição em função das condições atmosféricas e mais uns trocos.

(É interessante verificar como é raro encontrar alguém que saiba da existência de algo impresso no interior dessas embalagens. E, a maioria dos poucos que sabem, nunca o leram ou ponderaram as informações lá contidas. Um pouco como com os manuais de instruções.)

Pois para a ajudar, que a compra de um “fotómetro” está, para já, fora dos planos dessa minha conhecida, sugeri algo de forma errada: algo nunca tinha usado.

Refiro-me a aplicações para telemóvel que medem a luz e nos dão indicações sobre como ajustar a exposição: sensibilidade, tempo, abertura, EV…

Sendo que não gosto de ter pontos de interrogação suspensos sobre a cabeça, mas antes exclamação ou reticências, tratei de ver o que se encontra on-line.

São mais do que esperava. Alguns usam a câmara como sensor, outros um dispositivo adicional. Optei por experimentar um da primeira opção.

Numa primeira abordagem, gostei dos resultados. Comparado com as indicações dadas por duas câmaras e três aparelhos de medida externos, pareceu-me dar resultados medianamente consistentes e fiáveis.

Criei agora o desafio pessoal de usar este método e fotografar com a minha DSLR para tirar as teimas de modo prático.

 

Duas notas, no entanto:

- Independentemente dos resultados que obtiver, não creio que medir luz com um telemóvel dê o mesmo prazer ou afecto que com um fotómetro ou exposímetro;

- Não irei juntar um telemóvel à minha colecção de aparelhos de medida de luz.


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