Ao que parece, a Ordem dos Médicos emitiu um parecer sobre
prioridades nas urgências ou cuidados intensivos caso não haja vaga para todos
os que chegarem. Por outras palavras, há indicações sobre quais serão
preferidos e quais os preteridos.
Por outras palavras, mais duras de dizer ou ler, quais os
que serão salvos e quais os que serão deixados a morrer.
Já há quem venha a terreiro a protestar. Que as coisas não
podem ser assim, que todos têm direito aos melhores cuidados, que não se pode
deixar ninguém à sua sorte…
Ora bem: ao que sei (e posso estar errado) esta escolha ou
critério é comummente usada em cenários de guerra ou de catástrofes naturais em
que os feridos chegam em catadupas e o pessoal médico ou de enfermagem não tem
capacidade para tratar todos. Têm a dura função de escolher entre os que podem
salvar e os que não podem.
De igual modo, sei que em tempos, nos partos complicados em
que não é possível salvar mãe e nascituro, a regra era salvar a mãe. Não sei se
ainda será assim.
Para os que protestam, lembro que se não estancarmos o fluxo
de doentes nas urgências, a dado passo nem nos corredores caberão. E os que por
lá andam a tentar salvar vidas terão que decidir, entre dois casos, qual vale a
pena salvar.
Quais serão os critérios? Eu não quereria de ter que tomar
uma decisão dessas. E o existirem orientações sobre o que fazer quando não houverem
ventiladores suficientes, ou quejando, será uma boa ajuda às consciências dos
que, já muito cansados e sem mãos que cheguem para todos, tenham que decidir.
By me
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