sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Festividades


 


Vejamos assim:

O Natal é uma festividade a três tempos: religiosidade, familiar e comercial.

Quanto à religiosidade, a celebração do nascimento de Jesus e a relação dos crentes com o seu deus, não creio que tenha que ser feita em conjunto. Se as preces têm que ser feitas no templo e em grupo, tanto as de alegria quanto as de pedidos, então não faz sentido as recomendações para que se reze diariamente, em casa, nas refeições, ao deitar e levantar…

Quanto à familiar, sejamos honestos: a maioria das reuniões de família resultam de hipocrisia, que há sempre quem passe todo o ano sem falar com os restantes, ficando reservados os sorrisos e os abraços para a consoada. E se as famílias só se sentem unidas e felizes aquando do Natal, que pobres vidas têm no resto do ano.

Resta a comercial. A obrigatoriedade de comprar prendinhas ou prendonas, os incentivos ao consumismo útil e inútil, as decorações mais ou menos estilizadas das ruas e montras… tudo isto em pouco se relaciona com a religiosidade ou família. Mero negócio, meras despesas, por vezes sacrifícios, com algo que pouco depois se esquece ou guarda numa gaveta esconsa.

Quando oiço governantes a alertar que este Natal vai ter que ser diferente, com limitações ao comércio e às reuniões… se calhar, para além de ser recomendável no que respeita à saúde pública, será também uma salutar mudança de hábitos sociais, tornando as relações mais honestas e menos conflituosas.


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