Vejamos assim:
O Natal é uma festividade a três tempos: religiosidade, familiar
e comercial.
Quanto à religiosidade, a celebração do nascimento de Jesus
e a relação dos crentes com o seu deus, não creio que tenha que ser feita em
conjunto. Se as preces têm que ser feitas no templo e em grupo, tanto as de
alegria quanto as de pedidos, então não faz sentido as recomendações para que
se reze diariamente, em casa, nas refeições, ao deitar e levantar…
Quanto à familiar, sejamos honestos: a maioria das reuniões
de família resultam de hipocrisia, que há sempre quem passe todo o ano sem
falar com os restantes, ficando reservados os sorrisos e os abraços para a
consoada. E se as famílias só se sentem unidas e felizes aquando do Natal, que
pobres vidas têm no resto do ano.
Resta a comercial. A obrigatoriedade de comprar prendinhas
ou prendonas, os incentivos ao consumismo útil e inútil, as decorações mais ou
menos estilizadas das ruas e montras… tudo isto em pouco se relaciona com a religiosidade
ou família. Mero negócio, meras despesas, por vezes sacrifícios, com algo que
pouco depois se esquece ou guarda numa gaveta esconsa.
Quando oiço governantes a alertar que este Natal vai ter que
ser diferente, com limitações ao comércio e às reuniões… se calhar, para além
de ser recomendável no que respeita à saúde pública, será também uma salutar
mudança de hábitos sociais, tornando as relações mais honestas e menos
conflituosas.
By me
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