sábado, 14 de novembro de 2020


 


Foi há umas semanas.

Numa página de venda de material fotográfico alguém publicitava uma objectiva. Nada de especial.

O que tornava o anúncio fora do comum era o local onde a objectiva estava exibida: numa estante, frente a livros!

É uma das coisas que é esquecida, as mais das vezes, por quem quer fotografar um objecto: concentra-se nele, dando pouca importância à envolvente. E esta é quase tão importante quando o assunto principal.

Cria a ambiência que cria a carga emotiva ao tema ou objecto em causa. As linhas, as cores, a luz, os objectos por sim mesmos, o contraste ou concordância com o assunto… Tudo isto faz a diferença entre uma fotografia banal e uma que sobressaia da normalidade.

 

Decidi eu, num momento de ociosidade, fazer algo de semelhante. Escolhi um conjunto fotográfico em particular e com história e uma prateleira da minha estante. Esta não foi escolhida em função dos livros que lá constavam. Confesso que foi preguiça e optei por uma com poucos objectos à frete a serem retirados e a uma altura conveniente para não ter que fazer ginástica com as luzes e o tripé da câmara.

Já os objectos… Talvez se enquadrem no que têm atrás.

A câmara foi-me gentilmente oferecida, numa memória ou recordação de um bom amigo falecido.

A objectiva, um pouco mais antiga que a câmara, foi comprada numa loja de artigos usados e, para minha surpresa, tem exactamente a minha idade. A sua qualidade, creio eu, é superior à do actual dono.

O estojo, da mesma época do resto, foi comprado com a objectiva, como que fazendo conjunto, pese embora ser de outra marca.

Fica o exercício, feito meio a correr, com o intuito de matar o tempo e honrar uma fotografia que conseguiu prender-se a atenção.

Fica a informação adicional de que nada desta imagem está à venda.


By me

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