Um destes dias cometi uma asneira. Grossa.
Melhor dizendo, fiz algo que valeu por duas asneiras: uma
pelo que fiz, outra porque já sabia que era asneira e insisti.
Tentei explicar a alguém os fundamentos de uma dada
objectiva: para que serve ou é usada, quais os motivos técnicos de assim ser e
quais os respectivos problemas.
Asneira!
Asneira porque já conhecia a pessoa e, mais que querer
aprender, queria exibir-se pelo possuir aquela peça, pouco comum, diga-se de
passagem.
E asneira porque este tipo de pessoas, mesmo que queira
saber algo, não querem saber fundamentos ou algo que vá mais para além do que
como se usa. As razões de ser dos seus aspectos são-lhe inúteis, entendo-as
como enfadonhas e supérfluas. É-lhes pouco importante saber o porquê,
limitando-se a “brincar” com o que têm, sem perceberem que, sabendo-o, podem ir
muito mais longe: na profissão ou na criatividade.
O mesmo acontece em inúmeros grupos na internet e com a
maioria de quem procura respostas nos tuturials em vídeo nos youtubes que por
aí há.
Exemplo estúpido ou não tanto: Alguém procura saber como
desapertar determinada peça, que por mais que tente não consegue. E alguém
explica que aquela peça desaperta para a esquerda. Chega de saber. Não importa
saber que, naquela peça e pelo tipo de movimento a que é sujeita, haverá que
ter a rosca invertida para que não se solte ao usar. Claro está que quem perguntou
e não aprendeu tudo, terá um dia a peça no chão porque mal usada e mal
apertada.
Os manuais de instruções existem para serem lidos mas também
como base a conhecimentos complementares e mais aprofundados. Os que ignoram os
manuais de instruções, os que procuram o conhecimento pela rama e colado com
cuspo, os que desdenham do saber, limitando-se a papaguear o que mal ouviram e
a copiar no lugar de entenderem o que outros fazem, nunca irão longe,
dificilmente subindo para além da fasquia da mediania.
Não os lamento, porque o que importa é que sejam felizes ao
alcançarem os objectivos a que se propõem. Mas cada vez tenho menos vontade de lhes
abrir novos horizontes.
Em jeito de complemento, sempre acrescento que a objectiva
em questão era uma Nikon 24mm tilt and shift, rara, dispendiosa e bela.
By me
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