terça-feira, 20 de agosto de 2019

Asneiras




Um destes dias cometi uma asneira. Grossa.
Melhor dizendo, fiz algo que valeu por duas asneiras: uma pelo que fiz, outra porque já sabia que era asneira e insisti.
Tentei explicar a alguém os fundamentos de uma dada objectiva: para que serve ou é usada, quais os motivos técnicos de assim ser e quais os respectivos problemas.
Asneira!
Asneira porque já conhecia a pessoa e, mais que querer aprender, queria exibir-se pelo possuir aquela peça, pouco comum, diga-se de passagem.
E asneira porque este tipo de pessoas, mesmo que queira saber algo, não querem saber fundamentos ou algo que vá mais para além do que como se usa. As razões de ser dos seus aspectos são-lhe inúteis, entendo-as como enfadonhas e supérfluas. É-lhes pouco importante saber o porquê, limitando-se a “brincar” com o que têm, sem perceberem que, sabendo-o, podem ir muito mais longe: na profissão ou na criatividade.
O mesmo acontece em inúmeros grupos na internet e com a maioria de quem procura respostas nos tuturials em vídeo nos youtubes que por aí há.
Exemplo estúpido ou não tanto: Alguém procura saber como desapertar determinada peça, que por mais que tente não consegue. E alguém explica que aquela peça desaperta para a esquerda. Chega de saber. Não importa saber que, naquela peça e pelo tipo de movimento a que é sujeita, haverá que ter a rosca invertida para que não se solte ao usar. Claro está que quem perguntou e não aprendeu tudo, terá um dia a peça no chão porque mal usada e mal apertada.
Os manuais de instruções existem para serem lidos mas também como base a conhecimentos complementares e mais aprofundados. Os que ignoram os manuais de instruções, os que procuram o conhecimento pela rama e colado com cuspo, os que desdenham do saber, limitando-se a papaguear o que mal ouviram e a copiar no lugar de entenderem o que outros fazem, nunca irão longe, dificilmente subindo para além da fasquia da mediania.
Não os lamento, porque o que importa é que sejam felizes ao alcançarem os objectivos a que se propõem. Mas cada vez tenho menos vontade de lhes abrir novos horizontes.

Em jeito de complemento, sempre acrescento que a objectiva em questão era uma Nikon 24mm tilt and shift, rara, dispendiosa e bela.



By me

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