Conheço a estória de há muito:
Um foto reporter queixava-se junto do patrão da falta de
actualidade do seu equipamento.
Que os outros, da concorrência, tinham “aquela” objectiva, “aquele”
tripé, “aquela” câmara. Que assim, não seria possível melhorar a qualidade do jornal.
O patrão, tirando do bolso uma caneta Montblanc com aparo de
ouro, respondeu-lhe:
“Acha que é da qualidade da ferramenta? Tome: vá escrever um
prémio Nobel.”
Isto a propósito de vir um montão de gente às redes sociais
e aos fóruns perguntar qual é a melhor câmara, a que os profissionais usam.
Presumo que tenham dinheiro para desperdiçar, mas não tenham cérebro para usar.
Que aquilo que o olho não vir e o cérebro não analisar, não
será a câmara que fará.
Ele é a perspectiva, ele é a luz, ele é o momento decisivo,
ele é a estória que é contada e as emoções transmitidas…
Se olharmos para a história da fotografia, veremos que
algumas das mais belas fotografias, algumas das que mais nos emocionam, algumas
das mais impactantes, foram feitas com câmaras e objectivas que hoje são
obsoletas: pesam “toneladas”, objectivas fixas, pouco luminosas, com resoluções
que hoje desdenhamos, com muito grão…
O salto qualitativo, em termos de equipamento, pode e deve
acontecer quando aquele que possuímos ou usamos não é capaz de fazer o que
queremos. O contrário é deitar dinheiro à rua, pese embora os fabricantes e
vendedores ficarem muito agradecidos.
E, já agora, não adianta ter “aquela” câmara, se a objectiva
for um “fundo de garrafa”. A menos que seja isso que se procure.
By me
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