quarta-feira, 15 de maio de 2019

Igualdades




Pese embora o Festival da Canção da Eurovisão nada me dizer, diz-me menos hoje do que já disse há vinte ou mais anos.
No dia ou dias seguintes, a canção vencedora estava nas ruas, trauteada por uns ou por outros, com melhor ou menor afinação. Mas havia conquistado um lugar efémero de fama pela letra ou pela música.
Hoje, dificilmente se reproduzem as coreografias ou efeitos visuais, que é aquilo em que acabou por se transformar o festival da canção: um mega espectáculo de audiovisual, em que o visual tem preponderância.
E, para além das músicas, melhores ou piores, havia sempre a questão da votação, em que se tentava adivinhar que país votava em quem, com que simpatias geopolíticas ou contrapartidas em relação à votação do ano anterior.
A qualidade musical, hoje, pouca importância tem! E é isto de tal modo verdade que há países – os cinco grandes – que estão sempre apurados para a final, não passando por crivo prévio algum: França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido.
É como as competições de futebol, em que jogam todos mas os maiores são os noticiados e com mais ou menos garantias de um deles estar na final.
Ou como o conselho de segurança da ONU, que é composto por quinze países membros, mas onde cinco – China, Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido -  têm lugar permanente e direito de veto nas decisões.
Ora batatas!

Imagem roubada da net
By me

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