Soube hoje que um “amigo” do Face faleceu.
Em Novembro, na sequência de uma infecção no coto de perna
amputada, que se espalhou pelo corpo. Uns meses depois de a sua esposa ter
falecido. Foram ambos repórteres de imagem no Japão, na estação NHK. Ele
português, ela japonesa.
Nunca nos cruzámos ao vivo, mas por sua causa vivi eu um dos
episódios mais bonitos em torno de livros.
Nas nossas trocas de mensagens, mostrou ele saudades de um
personagem de banda desenhada da sua e minha infância. Sendo certo que não
poderia (ou não queria) regressar a Portugal, procurei por um exemplar para lho
enviar. Cortesias entre patrícios…
Constatei que o que procurava, um título há muito extinto e
de um personagem cobiçado, é peça rara. Foi o que me disseram em todos os
alfarrabistas onde entrei.
Num deles, no entanto, e contada a história, propuseram-se
procura-lo e vender-mo. Foi coisa demorada, uns meses.
Até que um dia lá estava, à minha espera, em excelentes
condições, sem rasgões e apenas com a lombada vincada. Juntei-lhe um outro para
mim, e de outra colecção, e fui pagar.
O dono da loja questionou-me sobre o destino daquilo que eu
procurara e, confirmado, ofereceu-mo. Assim, do nada, só para ser gentil também
para com um patrício em terras distantes. E sabendo que, sendo raro, seria um
bom negócio para ele.
Este alfarrabista não vende livros antigos ou velhos: ama-os
e entende o amor por livros que outros possam ter.
Não fica a sua loja nos meus trajectos habituais. Mas certo
é que, em passando eu por aquela zona, é visita obrigatória, as mais das vezes
saindo eu de lá com mais um livro cá para casa.
Onde? Escadinha do Duque, mais ou menos a meio.
Recomenda-se, quanto mais não seja em memória do meu amigo lá longe falecido.
By me
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