O que se segue tem bem mais de uma dezena de anos, nem sei bem
quantos.
Fomos em trabalho à
embaixada do Iraque. Tratava-se de fazer uma entrevista com o respectivo
embaixador e, nas diversas áreas envolvidas, seríamos menos de dez pessoas.
Quando tudo pronto
(equipamento, energia, luz, som) e nos preparávamos para iniciar os registos,
somos surpreendidos pela chegada da esposa do embaixador.
Trazia ela uma pequena
travessa nas mãos e era seguida por um empregado, que vinha empurrando um carrinho
com baixela, uns bules e mais umas pequenas travessas.
Fez ela questão de
abordar cada um de nós, os profissionais que ali estávamos, oferecendo-nos o
que tinha nas mãos: tâmaras cobertas de chocolate (ou recheadas, já não sei
precisar).
Argumentava a senhora que
havia sido ela a preparar aquele docinho e que, com o resto, seria o nosso
lanche antes de continuarmos o trabalho que ali nos havia levado.
Não creio que em nenhuma
embaixada de um país dito ocidental a esposa de um embaixador se desse ao trabalho
de ir para a cozinha preparar e depois servir um lanche a um grupo de pessoas
que, mesmo que a convite, ali estavam apenas para trabalhar.
Não sei o seu nome,
lamento-o. Mas mesmo a esta distância, fica aqui expresso o meu agradecimento
pela hospitalidade e deferência.
By me
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