Toda a história tem
pormenores originais, uns divertidos, outros não tanto.
A fotografia aqui exibida
é de António Conselheiro, um activista político-religioso que liderou um
movimento ao estilo dos “sem-terra” no Brasil, no final dos anos oitenta do séc.
XIX.
Ficou o movimento, e a
guerra, conhecida por “A guerra dos Canudos”. E que terminou com aquilo a que
se pode chamar de “massacre” dos “revoltosos” por parte do exército Brasileiro.
Nada tem de especial
isto. Aconteceu um pouco por toda a parte ao longo dos tempos.
O que é realmente
original é ter sido o líder, que morreu na véspera do combate final, ter sido
desenterrado duas semanas depois para ser fotografado. Essa fotografia foi
feita pelo fotógrafo brasileiro Flávio de Barros, ao serviço do exército.
O objectivo de tal
macabro registo foi o divulgar a imagem pela imprensa nacional com o fito de
demonstrar que o político e santo (ou vice-versa) mas rebelde, estava morto e,
com ele, o movimento.
Há quem seja ”morto” nas
fotografias (apagado delas) para que não haja provas públicas da sua
envolvencia nas situações retratadas.
Esta intervenção
fotográfica é, para mim, única na história.
Descoberta num pequenino
livro sobre a história da fotografia no Império brasileiro, levantou-me
suficientes desconfianças na sua veracidade a ponto de ter procurado outras
fontes que o confirmassem.
Estranho mundo o nosso, o
dos fotógrafos!
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário