Não sei, com rigor, quantas freguesias e municípios tem o
país.
Do mesmo modo, não sei quantos são os candidatos a um lugar
nestas eleições autárquicas. Vários milhares, estou certo.
Destes milhares, muitos são os que aparecem aos eleitores em
cartazes ou folhetos, afixados nos locais do costume, distribuídos de mão em
mão ou colados nos locais mais insuspeitos. Mas todos eles têm uma coisa em
comum: a fotografia do cabeça de lista. Por vezes acompanhados dos seus
lugares-tenentes ou do líder partidário nacional.
Assim, serão uns milhares de retratos, corpo inteiro, busto
ou meio corpo, feitos de propósito para este acto eleitoral. Todos eles feitos
com o intuito de convencerem os eleitores.
Mais do que servirem de documento de identificação, ou de
apresentação (este sou eu), mais que serem a interpretação do fotógrafo sobre o
fotografado, estes retratos têm um objectivo específico: convencer o público
das suas capacidades governativas.
Sendo que são tantos, de tantas formações partidárias e tão
espalhados pelo país, certamente que não usaram um único fotógrafo. Terão sido
os fotógrafos locais ou regionais, pagos ou voluntários por uma causa, que
terão feito o trabalho. Cada um com a sua abordagem, cada um a querer agradar
ao cliente no seu objectivo.
Será interessante comparar todos esses retratos. Na sua
qualidade técnica mas, e principalmente, nas poses escolhias, na luz usada, no
enquadramento pensando na arte final. Até mesmo nas cores do vestuário pensando
nas cores do cartaz. Nas mensagens subliminares que ali estarão plasmadas na
tentativa, quiçá fútil, de convencer os indecisos na sua opção de voto.
Não me lembrei de fazer este estudo atempadamente. Agora
irei tarde para fazer uma recolha significativa.
Se por cá estiver daqui por quatro anos, e se disto me
lembrar, acho que terei com que me entreter. E divertir, nas ligações
ideológicas de cada retrato com o respectivo partido e zona do país.
Pentax K7, Tamron 18-200
By me


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