terça-feira, 9 de setembro de 2025

A velhota




Por vezes há que levar as coisas ao limite ou quase.

Há mais de dois anos que andava com isto no horizonte. Não aparecia nenhuma que cumprisse alguns critérios, como proximidade, preço, estado de conservação, disponibilidade minha... agora foi o caso, ainda que nãos os cumprisse todos.

Em boa verdade, já dispunha de uma com a mesma distância focal e montagem: 200mm 1:4 e M42 (rosca). Mas trata-se de uma jupiter que, mesmo com a correção sugerida para aumento de contraste devido ao flare interno, nunca me convenceu. Tem estado ali, mais a um canto que em evidência e como não tenho o hábito de vender o equipamento que possuo, ali ficará. Mas deixando uma falha na panóplia nas câmaras e objectivas dos anos ‘60/’70. Agora apareceu o que eu queria mesmo: uma Super Takumar 200mm 1:4.

Em perfeitas condições estéticas e técnicas, com as tampas originais, o estojo próprio sem marcas nem manchas do tempo... quase que se poderia dizer que saída da fábrica.

Disse-me quem ma vendeu, pouco mais novo que eu, que é a última peça Pentax a vender das que herdou do pai, que era um aficionado pela fotografia e que cuidava do que tinha quase que como dos filhos. Sorte a minha.

Claro que quando nos afastámos tratei de fazeras primeiras fotografias com ela com uma câmara Full Frame que levava para o efeito (Pentax K1 mkII). A primeira coisa que sobressaiu foi o equilíbrio na mão. Apesar de ter a idade que tem, de uma época em que só se usavam vidros e metais, e pesar um pouco mais de meio quilo, nem a mão direita na câmara nem a mão esquerda a tratar de foco e abertura se queixaram nem deram sinal da idade da “novidade”. Como se sempre tivesse usado aquilo e feitas uma para a outra.

A isto acrescente-se que uma das vantagens desta marca sobre a concorrência é ter o estabilizador de imagem na câmara e não na objectiva, pelo que pude arriscar a descer a 1/80 de segundo confiante e com os resultados que aqui se veem.

E esta foi uma das que fiz nos limites: com diafragma de 5,6, a 1/80 de segundo, segura à mão e com o foco no limite mínimo: dois metros e meio.

A “velhota” portou-se como uma heroína, mostrando que apesar dos seus 60 anos ainda dá cartas a muitas que hoje por aí se encontram.

Principalmente se pensarmos que foi concebida numa época em que a resolução das películas de rolo rondava os 5,5 megapixels.

 

Pentax K1 mkII, Super Takumar 200 1:4

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